Page 4 - Revista EAA - Edição 91
P. 4

PALAVRA DO PRESIDENTE



                                                   Temos de agir




                                                         transição energética com redução drástica de fontes fósseis preo-
                                                         cupa a comunidade internacional, e o Brasil se faz presente
                                                   A em todas as frentes, liderando há décadas a descarbonização.
                                                   Podemos fazer muito mais. As mudanças climáticas anunciadas já
                                                   não são projeções para o futuro. Estão acontecendo agora e mostram
                                                   sua força e capacidade de tirar soluções do papel.
                                                      Na corrida global para a eletrificação e o hidrogênio combus-
                                                   tível, é possível dizer que o Brasil pode ser competitivo no cenário
                                                   internacional com hidrogênio de menor custo, assim como o etanol
          Camilo Adas,                             e o biodiesel. No que toca à eletrificação, o País tem minérios im-
          Presidente do Conselho                   portantes  e  indústrias  que  podem  alavancar  soluções  em  baterias
          da SAE BRASIL.                           nacionais. Temos de agir.
                                                      Nesse escopo a definição de políticas públicas estratégicas para
                                                   a competitividade é fundamental para que as ações se concretizem.
                                                   Importa frisar que tais políticas devem se assentar necessariamente
                                                   no conhecimento técnico inovativo, cuja origem está na pesquisa
                                                   acadêmica pura e no desenvolvimento industrial.
                                                      O governo federal e vários estaduais têm se dedicado a desenvol-
                                                   ver programas de ação que podem ajudar o Brasil a fazer valer todo
                                                   o seu potencial de soluções locais em energia limpa e também para
                                                   o mundo.
                                                      Entre as iniciativas se destaca o programa Combustível do Fu-
                                                   turo, marco fundamental para a evolução desse debate e o planeja-
                                                   mento estruturado de ações consistentes para a avaliação da eficiên-
                                                   cia energético-ambiental, pela análise do ciclo de vida completo do
                                                   combustível nos diversos modos de transporte.
                                                      A SAE BRASIL está engajada nesse programa e posicionada em
                                                   vários grupos de estudo. Acreditamos que cabe a nós, individual e
                                                   coletivamente, estabelecer a base de conhecimento e a urgência para
                                                   as ações que determinarão a mobilidade local sustentável e a com-
                                                   petitividade do nosso País, na transição e no futuro do transporte.
                                                      A taxação de carbono sobre importados anunciada pela União
                                                   Europeia (UE) para proteger a indústria europeia sinaliza para o
                                                   fato de que políticas relacionadas a mudanças climáticas se tornarão
                                                   políticas comerciais. Tudo indica que o fluxo mundial de mercado-
                                                   rias poderá mudar dramaticamente à medida que os países adotarem
                                                   o Acordo de Paris, afetando assim exportadores mais vulneráveis
                                                   a custos adicionais a partir da taxação. Não estamos nessa lista, mas
                                                   a tendência é que sejamos pressionados a reduzir mais rapidamente
                                                   as emissões de CO  no comércio com a UE.
                                                                   2
                                                      Nada será do dia para a noite, e o momento é de transição, mas a
                                                   direção está dada. Temos de agir.








          4                                                                                 julho/agosto/setembro
   1   2   3   4   5   6   7   8   9