Page 33 - Revista EAA - Edição 101
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milho americano, o que proporciona redução de emissão de
























           carbono na produção da matéria-prima.
              O milho entra no processo produtivo, que conta com
           uma tecnologia de separação de fibras, que separa as fibras
           do milho moído antes da fermentação, o que aumenta o
           rendimento para a obtenção de etanol. Na destilaria, após a
           fermentação, os sólidos restantes são concentrados e incor-
           Os DDGs, ou Dried Distillers Grains (Grãos Secos de Destilaria), são alimentos
           altamente nutritivos para bovinos, suínos, aves, peixes e animais domésticos


           porados às fibras separadas anteriormente, proporcio-  rural e cria empregos, mas também reduz a dependên-
           nando a fabricação de produtos para nutrição animal   cia de combustíveis fósseis e promove a sustentabilida-
           com alto teor de proteína e de fibras – os DDG, ou Dried   de ambiental. O etanol brasileiro pode desempenhar
           Distillers Grains (Grãos Secos de Destilaria), alimentos   um papel fundamental na descarbonização de setores
           altamente nutritivos para bovinos, suínos, aves, peixes e   difíceis de abatimento de emissões, como aviação e na-
           animais domésticos. Após a destilação, a matéria líquida   vegação. Com produção eficiente e infraestrutura esta-
           passa por um processo de evaporação e, posteriormente,   belecida, oferece soluções escaláveis e sustentáveis para
           por um processo de separação de fases, originando óleo   os desafios energéticos do futuro.
           de milho, usado para nutrição animal, pela indústria de   Programas e mecanismos para venda e compra de
           cosméticos e na produção de biocombustíveis.        créditos de carbono, como o instituído no Brasil pelo
              A energia empregada na geração de calor no processo   RenovaBio, são eficientes para motivar o investimento
           produtivo provém da cogeração de vapor e da energia   na redução de emissões e sequestro de carbono. Esse
           elétrica, onde se utiliza biomassa renovável. Essa aborda-  tipo de mercado está mais amadurecido na Europa, nos
           gem de reaproveitamento de biomassa torna o processo   Estados Unidos e em outros países.
           autossuficiente na geração e consumo de energia elétrica   Instituições alinhadas à Agenda 2030 devem seguir
           e vapor, atendendo todas as atividades industriais e ad-  essa tendência, estabelecendo legislações para incenti-
           ministrativas. Além disso, o excedente pode ser vendido   var a descarbonização da economia. Nesse cenário, a
           para o Sistema Interligado Nacional (SIN).          FS trabalha para ter um papel cada vez mais relevante,
                                                               ampliando a contribuição para a transição energética.
           O futuro                                               A produção de etanol da FS pode evitar emissões
           Com uma vasta extensão territorial e expertise consoli-  de quase 3 milhões de toneladas de carbono por ano
           dada, o Brasil está em posição privilegiada para liderar a   proveniente de combustível fóssil.  Trata-se de uma
           transição energética mundial. A produção em larga es-  contribuição importante para o combate às mudanças
           cala de biocombustíveis não só impulsiona a economia   climáticas.

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