Page 8 - Revista EAA - Edição 74
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CONECTIVIDADE        CAPA                                                         ESPECIAL



          Indústria automobilística

          em transformação                                                                           conectividade






                                            Como serão os veículos no futuro? Haverá mudança no modelo de
                                            negócios dos fabricantes? A cultura do compartilhamento veio para
                                            ficar? Até onde a manufatura vai evoluir com tanta conectividade?
                                            Motores a combustão serão extintos? Cidades inteiras utilizarão apenas
                                            veículo autônomos?
                                              A transformação é tão intensa e veloz que está cada vez mais
                                            interessante – e difícil – pensar em respostas para estas perguntas. O fato
                                            é que as mudanças que estão por vir representarão verdadeiras revoluções
                                            para a indústria automobilística global.
                                              Tomemos como exemplo o Inovar-Auto, política automobilística
                                            nacional estabelecida em 2012 que atraiu investimentos na ordem
                                            de R$ 85 bilhões – sendo R$ 15 bilhões para as áreas de P&D e
                                            engenharia. O resultado prático é que, em apenas cinco anos, temos
                           Antonio Megale   veículos completamente diferentes, mais modernos, seguros e eficientes,
                  é presidente da ANFAVEA –   daqueles comercializados em 2012.
                         Associação Nacional     Para planejar o futuro de forma adequada está em discussão um
                             dos Fabricantes    novo regime de longo prazo, com horizonte de 15 anos. Uma agenda
                      de Veículos Automotores  automobilística que está sendo chamada de Rota 2030. Ela será a ponte
                                            para preparar a indústria automobilística para os necessários saltos.
                                              Afinal, algumas das principais revoluções já estão em andamento: a
                                            manufatura começa a aplicar os conceitos da indústria 4.0, os veículos
                                            caminham para a eletrificação, a segurança veicular evolui de forma geral
                                            e a direção autônoma já é realidade em alguns países – ainda que de
                                            forma experimental e controlada.
                                                     A indústria automobilística no Brasil tem competência para
                                                   desempenhar papel de protagonista neste cenário global, sem
                              O Inovar-Auto,       esquecer que cada país tem suas particularidades. Uma delas,
                                       política    genuinamente brasileira, é a utilização do etanol e da tecnologia
                             automobilística       flex. Por ser rico em hidrogênio, o etanol será importante aliado
                                 estabelecida      no desenvolvimento da célula, ou pilha, a combustível.
                                                     Os veículos autônomos ainda são alvo de estudos ao redor
                             em 2012, atraiu       do mundo. Talvez seu começo seja pela direção semiautônoma
                           investimentos de        e em aplicações específicas, como na agricultura, em operações
                               R$ 85 bilhões       fora-de-estrada e no transporte rodoviário de cargas. Algumas
                                                   experiências, inclusive, estão em desenvolvimento no Brasil.
                                                     No que diz respeito à segurança veicular, a indústria está
                                                   propondo para a nova política automobilística um cronograma
                                            proativo de novos equipamentos como item de série – importante,
                                            contudo, avançar nos demais pilares da segurança viária, como a
                                            infraestrutura e formação dos condutores.
                                              Ainda serão necessários vários passos no caminho do
                                            desenvolvimento tecnológico, na evolução dos sistemas produtivos, na
                                            melhoria da infraestrutura e na absorção e integração das múltiplas
                                            novidades dos sistemas eletrônicos.
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