Page 34 - Revista EAA 79
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PONTO DE VISTA
O eterno e o moderno
A velocidade das Um sonho de crescimento próspero exige que não se perca de vista aquilo
mudanças nos que é essencial, e o essencial é ser um criador legítimo de valor duradouro
assusta e, muitas para aqueles que escolhemos servir.
vezes, nos deixa Essa virtude é posta em prova constantemente quando não resistimos em
desnorteados, dar prioridade ao que é moderno ao invés do que é essencial, do que é eterno.
provocando É falta de inteligência não estar aberto ao novo, mas o importante é nos pro-
impactos inusitados teger daquilo que pode roubar o valor duradouro que nos sustenta no tempo.
em nossa vida A Torre Eiffel nunca ficará velha. Ela é eterna! No entanto, nela es-
e na das empresas tão os elevadores mais atuais, feitos por uma empresa líder mundial que
respeitou os desenhos originais e os tornaram o que há de mais moderno
na área. A sua iluminação, então, é a mais sofisticada. São linhas de LEDs
e de canhões de luz de última geração, que fazem dela uma das vitrines
mais exuberantes que conhecemos. A Torre Eiffel nos faz ver que há duas
dimensões que devem ser levadas em conta em um empreendimento
que busca ser próspero: uma que cuida do eterno e outra que traz o moder-
no para fortalecer o eterno.
Empresas válidas, aquelas que a sociedade admira, respeita e conspira a
favor, sabem que o eterno é o seu gesto de servir; servir todos aqueles que
elas afetam e os que são afetados por ela.
O grande equívoco das empresas que perdem valor tem sido o de subordi-
nar o eterno à moda da vez, ao moderno.
Cultivar clientes e colaboradores, estimular acionistas e promover a
sociedade são virtudes duradouras de um negócio vencedor; o resto é mero
ferramental, moderno e passageiro.
Virtudes não tem prazo de validade, são eternas.
José Carlos Teixeira Moreira é da Escola de Marketing Industrial
FOTO ODCJ
34 julho/agosto/setembro