Page 13 - Revista EAA - Edição 85
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FOTO FLÁVIO TERRA









           digital – dos softwares e hardwares –, e jus-  era associada principalmente a uma mu-  nava-se emergencial a reflexão sobre a me-
           tificava o começo de uma nova era, com o   dança da manufatura, e não da sociedade.   lhor forma de administrar essa transição.
           desenvolvimento simultâneo de múltiplas   Segundo, não fazia sentido priorizar uma   A análise do material compartilhado em
           tecnologias do mundo físico, biológico e   discussão em Davos sobre algo que ainda   Davos motivou, em 2016, a formalização
           digital – como drones, robôs colaborativos,   era recente, tendo em vista que assuntos   de uma proposta, pelo Grupo de Automa-
           algoritmos de inteligência artificial e ferra-  como o terrorismo e a crise de refugiados   ção Elétrica e Sistemas Industriais (Gaesi)
           mentas de edição genética.        demandavam ações contundentes.     da Escola Politécnica da Universidade de
             Apesar da nitidez do raciocínio apresen-  Com o tempo, ficou claro que o foco do   São Paulo (USP), para a criação de uma
           tado, as reações iniciais não foram as me-  professor Schwab era a potencial disrup-  disciplina no programa de pós-graduação,
           lhores. Primeiro, como os termos “Indústria   ção social e que o tema exigia prioridade,   a fim de estudar os potenciais impactos da
           4.0” e “Quarta Revolução Industrial” eram   considerando que o intervalo de adequação   Quarta Revolução Industrial no Brasil. A
           considerados sinônimos, diminuía o inte-  à nova realidade, mitigando as dores da   sugestão foi aceita pela USP, e, em 2017,
           resse na discussão, já que a Indústria 4.0   transformação, era muito curto. Assim, tor-  tivemos nossas primeiras aulas.

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