Page 18 - Revista EAA - Edição 101
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BIOCOMBUSTÍVEIS








































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          nol, iniciamos em 2020 o programa Sustainable Mobility:   combustíveis indianas saiu de 380 milhões de litros, em
          Ethanol Talks. Realizado pelo setor privado (Unica e Apla   2013, para seis bilhões de litros em 2023, ou seja, um incre-
          – Arranjo Produtivo Local do Álcool) em parceria com o   mento de quase 16 vezes em apenas dez anos. De acordo
          governo federal (MRE e ApexBrasil), o seminário promo-  com o Niti Aayog, o principal think tank de políticas pú-
          ve debates qualificados com a participação de especialistas   blicas do governo indiano, a necessidade estimada de eta-
          brasileiros e do país anfitrião sobre a contribuição do etanol   nol para mistura de 20% de etanol na gasolina será de 10
          para a agenda ambiental.                           bilhões de litros por ano para o período entre 2024 e 2026.
            Desde então, foram realizadas 11 edições do Ethanol   É um mercado promissor, que irá gerar emprego e renda ao
          Talks na Ásia e na América Latina, sendo duas delas (In-  mesmo tempo em que reduz emissões.
          donésia e Vietnã) já sob o guarda-chuva da Aliança Glo-  Colocando essa experiência em perspectiva, mais de uma
          bal para os Biocombustíveis (GBA), lançada em setembro   centena de países das regiões tropical e subtropical produzem
          de 2023. A iniciativa, liderada por Índia, Brasil e Estados   cana-de-açúcar, principal ativo do etanol que utilizamos no
          Unidos durante a reunião de cúpula do G20, reconhece a   Brasil (figura 1). São cerca de 1,8 bilhão de toneladas em todo
          relevância dos biocombustíveis na transição energética.  o mundo, utilizando uma área em torno de 25 milhões de hec-
            A Índia, que presidia o G20 no lançamento da GBA,   tares, de acordo com a FAO. E ainda temos a produção de
          reúne resultados frutíferos da parceria com o Brasil na   etanol a partir do milho, que no Brasil teve início na década de
          agenda de etanol. Um deles é a autorização governamen-  2010 e já representa quase 20% da produção total (figura 2).
 Apresentação de um dos 77 “papers” aprovados
 para serem explanados durante o Congresso  tal para a venda de etanol hidratado (E-100) nos postos   Com incentivos adequados, países com forte tradição
          de combustíveis. Outro é a antecipação em cinco anos,   na produção de açúcar podem desenvolver um programa
          de 2030 para 2025, da meta de 20% de mistura de etanol   bem-sucedido para a produção do etanol. Além de fomen-
          na gasolina. É um salto gigantesco se pensarmos que, em   tar a economia local, a atividade reduziria a dependência
          2014, o nível de mistura era de apenas 1,5%.       dos combustíveis fósseis e melhoraria a balança comercial,
            Com isso, a aquisição de etanol pelas distribuidoras de   seja pela redução das importações de derivados de petróleo
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