Page 22 - Revista EAA - Edição 72
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ENGENHEIROS-CHEFE vice-presidente e engenheiro-che-
fe da Embraer. “O cliente busca por
O carro vai mudar, uma experiência cada vez mais
completa, de porta-a-porta. Para
e a engenharia também conseguirmos isso, temos que
experimentar novas abordagens,
quebrar barreiras”.
Em um futuro próximo, indústria da Para as empresas que ainda
mobilidade deverá entregar conveniência não estão promovendo as mu-
danças necessárias, fica a dica
de Johannes Kopp, chefe de en-
rofissionais que lideram projetos em destacou Roger Tadeu B. Guilherme, ge- genharia da Bosch para América Latina:
Pdiferentes empresas debateram sobre rente de conceitos da área de Powertrain “Quem não pensa no futuro terá muito
o carro do amanhã, no Painel Engenhei- da Volkswagen do Brasil, a necessidade de tempo no futuro para pensar no passado”.
ros-chefe. “Nos próximos anos haverá mais reduzir emissões tem diminuído também o Mais tecnologia não implica apenas
mudanças do que toda a nossa geração já sistema há algum tempo. O Golf 1,0 TSI, por em mais conforto e comodidade, mas em
viu até então”, afirmou Cuneyt L. Oge, presi- exemplo, pesa 23 kg a menos que o carro segurança, lembrou o Prof. Dr. Uwe Baake,
dente da SAE International. convencional com motor 1,6 litro. vice-presidente da Daimler AG: “Noventa
As tendências apontam que Oge está Enio Dill Gomes, diretor de Powertrain por cento dos acidentes envolvendo cami-
certo. Fatores importantes, como legisla- da Ford para América do Sul, acredita que nhões são causados por falhas humanas.
ções mais restritivas às emissões de po- a transformação de mercado é bem rápida: Sistemas de acionamento automático dos
luentes ou à circulação em zonas urbanas, “Até 2030, 20% dos carros do mundo já se- freios e direção autônoma nas estradas são
além do próprio crescimento dessas áreas, rão autônomos”. Não à toa, a Ford já anun- algumas das soluções tecnológicas que po-
e, acima de tudo, mudanças de hábito do ciou o lançamento do seu modelo, já sem dem ajudar a resolver o problema”. Reinaldo
consumidor, apontam para alterações sem volante, para 2021. Muratori (foto), diretor de engenharia e pla-
precedentes no mercado. A aviação também está passando por nejamento da Mitsubishi Motors, Conselhei-
No que diz respeito ao trem motriz, mutação, contou Henrique Langenegger, ro da SAE BRASIL, mediou o Painel. [CM e PL] n
TELEMÁTICA E INFOTAINMENT
A era dos softwares
O futuro chegou em
forma de soluções e
sistemas inteligentes
velocidade com que as mudanças
A chegam à indústria pode assustar go Galli, executivo-chefe da Porto Seguro da Escola de Engenharia de São Carlos da
alguns profissionais, mas deixam outros Conecta, braço de conectividade da Porto USP (Universidade de São Paulo), reforçou
maravilhados. Hayram Nicacio (foto), con- Seguro, que parece há algum tempo ter an- que “no Brasil, boa parte da produção na-
sultor da HNX Digital Systems, faz parte tevisto essas mudanças. cional é transportada por caminhões, mas
do segundo grupo. Não à toa, mediou o Para Carolina Carmona, especialista de para pensar em veículos autônomos é ne-
Painel Telemática e Infotainment: “Desde marketing da CNH Latin America Group, os cessário considerar vários obstáculos, como
2011 participo deste congresso e vejo o modais agrícolas já utilizam os softwares há a baixa qualidade de estradas e ruas, sinali-
segmento automotivo, tradicionalmente mais de 10 anos. “Atualmente, temos 6 mil zação ruim e pouco sinal para o GPS. Será
de engenharia mecânica, ser devorado engenheiros na área de inovação. No setor possível autonomia com essas condições?”
pelos softwares”, comentou. agrícola, já trabalhamos com inúmeras in- Para finalizar, Leopoldo Rideki Yoshioba,
O que pareceu brincadeira é uma reali- formações que agregam valor e eficiência membro da Comissão Técnica da ITS, Escola
dade. “Os softwares estão em todos os seg- ao trabalho. Nossos desafios continuam Politécnica da USP, chamou atenção para os
mentos. Eles são basicamente as ferramen- sendo a infraestrutura de conexão no Bra- novos modelos de negócio: “No futuro, os
tas de acesso a tudo. Temos que entender sil”, explicou. veículos deixarão de ser vistos como produ-
que cada vez mais essa será a dinâmica das Sobre as condições brasileiras de in- tos e serão apenas serviços. É preciso estar
próximas gerações”, complementou Tia- fraestrutura, Patrick Shinzato, pesquisador atento a essas mudanças”. [CM e PL] n
22 outubro/novembro/dezembro