Page 18 - Revista EAA - Edição 97
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          ELETROMOBILIDADEOGRAMAS ESTUDANTIS




                                                                Ponto de vista
                                                                do bajeiro voluntário



                                                                Sabendo que é impossível conhecer o Baja quando
                                                                não se vivencia este projeto, um ponto de vista de
                                                                alto calibre é exibido nos próximos parágrafos. Esta-
                                                                mos falando de Eduardo Michelini, ou simplesmente
                                                                Michelini, que possui cerca de 19 anos como bajeiro,
                                                                sendo cinco como competidor e o restante como vo-
                                                                luntário, tendo ocupado os mais diversos cargos na
                                                                organização do evento e segue até hoje contribuindo
                                                                pela sua longevidade e qualidade.


                                                                Michelini – No meu ponto de vista, o Baja contribuiu
                                                                muito e me proporcionou um diferencial com relação a ou-
                                                                tros colegas. Alguns colegas eram muito melhores do que
                                                                eu em desempenho acadêmico, no entanto o Baja me deu
         A Monik conheceu o Luiz no projeto Baja SAE da UFPE:   uma visão que eles acabaram não tendo, a experiência de
         hoje, além da filha, Maria Laura, eles aguardam a      um ciclo de desenvolvimento do produto do início ao fim.
         chegada da Maria Luiza                                 Tínhamos a experiência de pegar os requisitos de projeto,
                                                                fazer pesquisa de mercado, conceber um projeto, fazer de-
          jeto era algo que levaria por toda a sua graduação. Neste   senhos, cálculos, ir para a produção, enfrentar problemas,
          ínterim, sua admiração pela determinação do capitão Luiz   rodar PDCA... Esta é uma experiência única, pois dificil-
          cresceu. Em janeiro de 2008 iniciaram um relacionamento   mente conseguiremos na indústria participar de todo um
          e o dia a dia juntos só fortaleceu a relação e fez crescer ain-  ciclo de produto, como conseguimos no Baja.
          da mais o respeito e admiração mútua. Os anos se passaram
          e em 2015 se casaram. Hoje este casal de bajeiros têm uma   Um outro aspecto que gera um diferencial bastante rele-
          filha, Maria Laura, e Monik está novamente grávida, agora   vante diz respeito às relações interpessoais. Quando se está
          da Maria Luiza, só reforçando o amor construído ao longo   no Baja, principalmente no evento, acabamos tendo que
          desses 14 anos.                                       lidar com muitas situações de estresse e tendo que resolver
            Esses encontros não acontecem somente entre inte-   problemas e negociar com seus colegas estando há dias sem
          grantes de uma mesma equipe. A Daiane entrou no Baja   comer e dormir direito. Ter a oportunidade de aprender
          na Unesp – Ilha Solteira no primeiro semestre da faculda-  a resolver problemas nesta situação, sem ofender e sem
          de e logo se encantou por todas as atividades. Conheceu o   brigar, antes de entrar no mercado de trabalho, manter a
          Guilherme, da Equipe FEI Baja, na primeira competição   compostura em situações extremamente estressantes, con-
          nacional em que participou, no ano de 2016. Por sorte do   versar e negociar, é algo extremamente relevante para a
          destino, nesta ocasião, ficaram hospedados em chácaras vi-  vida das pessoas. E eu acho que o Baja proporciona isso na
          zinhas e acabaram se aproximando. Começaram a namorar   formação dos alunos.
          poucos meses depois e se casaram em julho de 2022. Para
          Daiane, conhecer o Gui, como ela o chama, mudou a sua   Essa vivência colaborou para ter os empregos que tive, os
          perspectiva de como ser bajeira. Eles amam ser bajeiros e,   progressos que experimentei e eu penso: “Poxa, vou levar
          por isso, desde que se formaram, continuam indo como vo-  isso embora comigo?” Um dos aspectos mais fortes que me
          luntários nas competições. Esperam continuar contribuin-  motiva a estar até hoje colaborando com o Baja é poder
          do até quando forem velhinhos e querem levar os futuros   de alguma forma garantir que outras pessoas tenham este
          filhos para a competição. Daiane finaliza dizendo que eles   mesmo benefício e estas mesmas oportunidades que eu tive.
          não têm como retribuir o que o Baja os deu, pois além de os   Então me sinto nessa obrigação, em dívida com a sociedade,
          empoderar como profissionais, foi o responsável pela for-  por eu ter tido um ganho, ter tido um diferencial, em cima
          mação de sua família.                                 de uma coisa que depende de outras pessoas para continuar
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