Page 47 - Revista EAA - Edição 72
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FERROVIÁRIO
Ferrovias vicinais
Para possibilitar o acesso de produtores regionais ao modal sobre
trilhos, especialista propõe a implantação das short lines no Brasil,
aproveitando linhas subutilizadas pelas concessionárias
Fábio Ometto
Desde que a gestão da malha ferroviária brasilei- os resultados trazidos pelas concessões no modal
ra passou para as mãos da iniciativa privada, na ferroviário poderiam ter sido consideravelmente
segunda metade dos anos 1990, o setor de trans- muito maiores e abrangentes. A razão para que
porte de cargas sobre trilhos do país ganhou um eles tenham ficado apenas no campo das poten-
impulso excepcional, resultante da maior eficiên- cialidades é que, dentro de toda a infraestrutura
cia em planejamento e gestão, e, sobretudo, dos absorvida pelos gestores privados, apenas parte
bilionários investimentos despejados pelas con- das ferrovias é plenamente utilizada.
cessionárias. De acordo com o último balanço di- “A ocupação efetiva das vias não chega a 50%
vulgado pela Associação Nacional dos Transpor- da rede sob concessão”, afirma o diretor do Ins-
tadores Ferroviários (ANTF), o volume de cargas tituto para o Desenvolvimento dos Sistemas de
movimentado pelas estradas de ferro do país mais Transportes (Idestra), Jean Carlos Pejo, apoiado
do que dobrou nesses quase 20 anos, subindo de em estudos de diversas entidades ligadas ao se-
137,2 milhões de toneladas, em 1997, antes das tor de ferrovias. “Isso significa que cerca de 10
privatizações, para 307,5 milhões de toneladas, mil km de malha viária ferroviária está subutili-
em 2014 – um salto de 124,1%. zada ou com serviços operacionais encerrados”,
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Entretanto, apesar do avanço impressionante, relata o executivo.
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REALIZAÇÃO
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