Page 30 - Revista EAA - Edição 76
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REGIONAL
Seção São Paulo demonstrando que o atual modelo de
Romper paradigmas para mobilidade não é tão sustentável.
Redes inteligentes são apontadas
não ficarmos defasados como fatores-chave para a sustentabili-
dade da mobilidade elétrica. O assunto
foi o foco da palestra de Sérgio Jaco-
bsen, da Siemens no Brasil, que apre-
sentou projeções da Agência Nacional
No 6º Simpósio SAE BRASIL de profundas mudanças na mobilida- de Energia Elétrica (Aneel) sobre a in-
de Veículos Elétricos e de. “Há alguns meses, quando se falava trodução de veículos elétricos na frota
Híbridos, especialistas em veículos elétricos e híbridos, muitas circulante brasileira para o período de
apontaram que o pessoas não acreditavam que viriam tão 2016-2030.
primeiro passo é ter um cedo. Hoje, já não se pode mais ter essa Vitor Torquato Arioli, pesquisador
direcionamento sobre quais reação porque a realidade está chegan- do CPqD, destacou que os veículos
serão as apostas do País do”, comparou. elétricos e os eletropostos precisam
Fábio Guillaumon, da Electric Dre- atender às características da rede elétri-
Sara Saar
ams, iniciou as apresentações com pa- ca brasileira, como operação na tensão
lestra sobre a bicicleta elétrica E-Nio- 220 V bifásica. O Digital Charging
O Brasil precisa acompanhar o mundo bum Bike, desenvolvida no Brasil em Services, sistema de recarga inteligente
na corrida pela mobilidade elétrica. Do parceria com a CBMM. Vagner Diniz, para veículos elétricos, foi apresentado
contrário, corre risco de absorver tecno- do Ponto BR (NIC.br), apontou a ne- por Henrique Miranda, da BMW, que
logias obsoletas ou ficar dependente da cessidade de padronização de redes em mostrou que o equipamento permite
engenharia de produtos do exterior. O carros conectados. Atualmente, os veí- definir cronogramas de recargas mais
alerta é dos palestrantes que participa- culos possuem sistemas de computado- eficientes e sustentáveis.
ram do 6º Simpósio SAE BRASIL de res distribuídos, com diversas unidades Leandro Rodrigues Sabes, da Pors-
Veículos Elétricos e Híbridos, realiza- de controle eletrônico o que dificulta o che do Brasil, mostrou a evolução dos
do em São Paulo. Dirigido por Ricar- desenvolvimento de aplicativos por fal- modelos turbo, híbridos, plug-ins e elé-
do Takahira, o encontro contou, ainda, ta de padrão. tricos da marca até chegar ao Mission
com mostra tecnológica, que apresen- Marcos de Carvalho Marques, do E, que deve ser lançado, também no
tou veículos híbridos e elétricos, além Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Brasil, até 2020. O processo de evolu-
de eletropostos. em Telecomunicações (CPqD), falou ção dos sistemas automobilísticos foi
Na abertura do simpósio, Otacílio sobre os novos nichos tecnológicos, abordado por Dídimo Garcia Neto, da
Gomes Júnior, diretor-geral da SAE como os veículos conectados e elétri- Delphi, que apresentou comparações
BRASIL, destacou o atual momento cos, que estão provocando rupturas e entre veículos a combustão e elétricos.
Em seguida, Alexandre Travi, da
BYD, discutiu sobre os desafios para
o desenvolvimento da infraestrutura
de carregadores no Brasil. Disse que o
principal desafio são as diferentes ten-
sões de trabalho. Flávia Consoni, da
Universidade de Campinas (DPCT/
IG/ Unicamp), destacou a importância
de políticas públicas para a promoção
do veículo elétrico e da infraestrutura
de recarga no Brasil. Ana Cristina da
Costa, do BNDES, encerrou as discus-
sões do simpósio com apresentação so-
bre as premissas para a criação de uma FOTO ELIAS GOMES
política pública que efetive o processo
de eletrificação dos veículos no Brasil. n
30 outubro/novembro/dezembro