Page 31 - Revista EAA - Edição 76
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REGIONAL
Seção São Paulo
Legislação rigorosa pode melhorar
segurança veicular no Brasil
Voice Comunicação
Sem a implantação de uma legislação ri-
gorosa e específica, a segurança veicular
no Brasil dificilmente avançará na pro-
porção pretendida pelas empresas do se-
tor, demandando ainda mais tempo e in-
vestimento para equiparar-se aos níveis
internacionais. Essas foram algumas das
constatações feitas por Marley Lemos,
da Vesta Engenharia, durante o último
Simpósio SAE BRASIL Carbody, que
foi realizado no Instituto de Pesquisas
Tecnológicas da USP (IPT). Também
foi possível fazer uma avaliação com um
veículo BMW elétrico e um crash test
experience com óculos de realidade vir-
tual, que simula os estragos decorrentes
de um acidente entre um carro seguro e de legislação de segurança veicular mais ria tem possibilitado ofertar produtos
outro com segurança deficiente. rigorosa, punições mais rígidas, e cam- mais dinâmicos, arrojados, sem perder
Segundo assinalou o chairpeson da panhas contínuas de conscientização. de vista a segurança. As expertises de-
Carbody, Ed Taiss, a segurança veicular A enquete ainda concluiu que o con- correntes do projeto Fiat Mio, realiza-
ainda é tratada pelo consumidor brasi- sumidor não leva em conta aspectos de do entre 2009 e 2011, são utilizadas até
leiro com superficialidade, que a vincula segurança na hora da compra e que os hoje. Estão presentes, por exemplo, no
principalmente aos acessórios de segu- aspectos financeiros, como crédito e modelo Argo, lançado recentemente.
rança, sem relacioná-la diretamente à preços, são os itens que mais influen- A tecnologia usada no Argo deu ênfase
estrutura do veículo. “Discutimos aqui ciam na compra do veículo. Além disso, à interatividade, experiência e viabili-
os avanços dessa indústria, assim como os participantes do Simpósio aponta- dade econômica.
as tendências, os investimentos em ram a instabilidade do cenário políti- No cenário macro, a atual crise bra-
inovação, processos e mesmo entraves co-econômico com um dos fatores de- sileira é vista por Camilo Adas, conse-
que dificultam ao mercado brasileiro terminantes da fragilidade da evolução lheiro da SAE BRASIL, como uma
ter uma percepção mais ampla sobre a da cadeia de segurança automobilística oportunidade para a indústria debater
segurança dos carros que dirigem dia- brasileira, quando comparada aos prin- as necessidades do mercado interno,
riamente”, enfatizou o executivo. cipais polos industriais do mundo. considerando nesse panorama o forta-
Em uma enquete no evento, os par- lecimento dos sinais de recuperação, o
ticipantes validaram a afirmação de Estilo e segurança que abre perspectivas positivas. “Tam-
Taiss sobre como a segurança veicular é O estilo é uma das ferramentas que bém precisamos identificar como o que
percebida no Brasil, que ocupa a quinta tem mais contribuíram para a expan- está sendo discutido lá fora pode ser
posição entre os países com mais víti- são da segurança veicular na indústria adaptado à realidade brasileira. A pre-
mas fatais em acidentes de trânsito, com brasileira. Peter Fassbender, chefe para sença de executivos das empresas do se-
cerca de 37 mil óbitos por ano e pouco a América Latina do Centro de Estilo tor automobilístico no Simpósio é um FOTO ELIAS GOMES
mais de 200 mil feridos. A maioria dos da FCA, afirmou que a aproximação indicador da disposição do segmento de
presentes considerou que precisamos consistente entre estilo e engenha- implementar avanços efetivos”, frisou. n
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