Page 22 - Revista EAA - Edição 84
P. 22
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
e caras para as necessidades básicas do frotis- e a operação da frota. Mesmo um conjunto
ta. Um sistema simples instalado no veículo, básico de informações, quando corretamente
operando em conjunto com outros sistemas analisadas, pode oferecer ganhos importantes
embarcados e conectado em nuvem, pode en- de eficiência operacional.
tregar informações relevantes para a gestão Para aplicações veiculares off-road, como
nos setores agrícola e de mineração, soluções
de veículos autônomos já se tornam realida-
de e podem representar ganhos expressivos de
produtividade, redução de custos operacionais e
emissões de poluentes. Veículos até mesmo sem
cabine de comando já operam em áreas restritas
em caráter experimental, porém, como têm base
de componentes comuns aos veículos atuais,
poderão estar disponíveis ao mercado em mais
curto prazo.
Além dos debates sobre equipamentos e tec-
nologias, se torna importante a discussão sobre
Figura 4. Aplicação de telemetria em um mundo mais eficiente e limpo do ponto de
frotas (fonte: Braspress) vista do transporte através de soluções de ser-
viço, combinadas com os produtos – conceito
Product Service System (PSS). Essa deve ser
uma importante mudança estratégica do setor,
partindo de desenvolvimento e venda de produ-
tos físicos para desenvolvimento de sistemas de
produtos e serviços que, em conjunto, satisfaçam
as necessidades dos clientes. Essa alteração do
modelo de negócios pode gerar resultados com
a redução de fluxo de material na produção,
menor consumo de energia, ciclo de vida mais
longo do produto, menores desperdícios e um
uso mais eficiente dos produtos. Com mais foco
Figura 5. Resultados de telemetria aplicada na mobilidade urbana, conceitos de mobilidade
(fonte: Braspress) como serviço – Mobility as a Service (MaaS)
– também devem gerar importantes disrupções
Figura 6. Caminhão autônomo Scania AXL que impactarão todo o ecossistema produtivo e
(fonte: Scania) de serviços existentes hoje no mercado.
Esses conceitos de serviço devem gerar no-
vas redes de trabalho colaborativas, estimulando
mais criatividade e inovação.
Enfim, quando falamos do setor de transpor-
tes e traçando um comparativo com os avanços
que as mais modernas tecnologias nos permi-
tem, ficamos com a agradável certeza de que
existem muitos atores interessados e investindo
no desenvolvimento de soluções viáveis para um
mundo sustentável, mas, ao mesmo tempo, de
que temos muitas perguntas a serem respondi-
das e poucas delas com uma única alternativa
certa. Que venham novos caminhos para o setor
de transportes. n
22 outubro/novembro/dezembro