Page 10 - Revista EAA - Edição 97
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ELETROMOBILIDADEOGRAMAS ESTUDANTIS
          PR
































          O Projeto Fórmula SAE foi criado no Brasil em 2004. Em 2012 chegou a segunda versão da competição, o Fórmula SAE Elétrico




            “A Embraer teve participação expressiva na construção   de fazer o primeiro voo, mas fizeram. Ano a ano a compe-
          da SAE BRASIL. A realização do primeiro Baja, em 1995,   tição crescia e reunia mais equipes e participantes. Até que
          causou um movimento, certa sensação de euforia no setor   foi transferida para o pátio de estacionamento e a pista de
          de mobilidade. Pouco tempo depois começou a articulação   táxi do aeroporto de São José dos Campos. Área plana e
          para o AeroDesign, que também era um programa estu-  muito ampla, beneficiando o fluxo de operações e a segu-
          dantil conduzido pela SAE Internacional. Em 1998, um de   rança, mas que exigiu regras mais rígidas para não com-
          nossos companheiros, Carlos Roberto Fernandes, de Curi-  prometer a operação aérea regular ao longo da competição.
          tiba, resolveu realizar uma primeira competição de caráter   “Em 2014 tivemos de limitar o número de equipes con-
          experimental, bem-sucedida e mais um passo na direção   correntes, uma vez que as dimensões do empreendimento
          desejada, por sinal”, lembra Forjaz.               cresceram muito e colocavam em risco a segurança, mesmo
            Na realidade, o que Fernandes fez não era uma compe-  no novo layout do aeroporto. Nós tivemos naquele ano 105
          tição. Ele conseguiu que duas ou três equipes construíssem   equipes participantes e mais de 1.500 pessoas. E tinha gente
          aeronaves segundo a regra AeroDesign americana e, ali em   querendo participar. Então fizemos como no futebol, série
          Curitiba mesmo, usando uma pista de aeromodelos impro-  A e série B. Todo ano caem equipes ‒ da ordem de qua-
          visada, fizeram alguns voos. “Foi importante porque serviu   tro, usualmente ‒ e sobem outras tantas. O acesso ocorre por
          como  impulso  para  a  primeira  competição  que  viria em   meio de um torneio à parte, à base de relatórios de projetos.
          agosto de 1999. Ou seja, naquele momento se demonstrou   É legal, todo mundo aceitou. Quem ganha o torneio de aces-
          que os aviões AeroDesign podiam voar, que era possível   so sente-se reconhecido e privilegiado”, relembra.
          organizar equipes.  Tudo demonstrado por esse primeiro   O AeroDesign é dividido em três categorias. Uma delas é
          exercício em 1998”, recorda Forjaz.                a classe regular, focada nos princípios da aeronáutica com um
            Segundo Forjaz, para o lançamento da primeira compe-  avião monomotor. Há variações nas dimensões e caracterís-
          tição se juntaram algumas pessoas, com destaque especial   ticas geométricas ditadas pelo regulamento. Essa competição
          para Ana Laura Ferreira Rebelo. Ana Laura, à época aluna   é a primeira, criada em 1998 e iniciada em 1999. Em 2003
          da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP, trabalhou   foi introduzida a categoria Advanced. Como o próprio nome
          bastante para que o evento se tornasse realidade e é muito   diz, é mais ousada tecnologicamente. Não existe limitação de
          reconhecida por toda sua contribuição.             peso nem de motores. Existe limitação na cilindrada máxi-
            A primeira edição aconteceu na Associação Joseense de   ma. Carregam pesos e cargas maiores e têm número menor
          Aeromodelismo. Havia cinco equipes e cerca de 50 estu-  de competidores, cerca de dez. Em 2009 foi introduzida a
          dantes. Era a primeira vez e os aviões tiveram dificuldade   categoria Micro, composta por aviões bem pequenos.
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