Page 7 - Revista EAA - Edição 97
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rganizadas há quase 30 anos no país, as competi- tive a oportunidade de conhecê-lo. Ele ficou sabendo que
ções Baja SAE, Fórmula SAE e AeroDesign têm participei do Baja SAE, experiência que ele também teve
Ocumprido o importante papel de complementar o nos Estados Unidos. Essa foi a razão de ele me convidar
ensino de engenharia das universidades. Os eventos que para trabalhar na Coreia do Sul. Aceitei, fiquei um tempo lá
reúnem dezenas de equipes e milhares de participantes e depois fui para os Estados Unidos. Ao todo, foram cinco
têm possibilitado aos estudantes adquirir mais conheci- anos fora do Brasil”, conta.
mentos teóricos e práticos. Ao desenvolver veículos com
base em regras e especificações previamente determinadas,
eles aprimoram uma série de habilidades importantes para O começo
a carreira profissional e desejadas pelas empresas do setor. Quem vê as competições atualmente, as quais, dependendo
“As competições foram criadas com o intuito de apri- da prova, chegam a reunir 1,5 mil estudantes, nem imagina o
morar o que era ensinado em sala de aula. As indústrias trabalho que foi para tornar a ideia em realidade. Criada nos
precisavam e ainda precisam que os engenheiros concluam Estados Unidos, a primeira prova de Baja SAE – inicialmen-
o curso superior com um grau de maturidade adequado te batizada Mini-Baja – foi realizada em 1976, em uma par-
para apresentar soluções e resolver problemas inerentes à ceria da SAE International com a Universidade da Carolina
mobilidade. Três décadas depois temos certeza de que esse do Sul. Participaram 90 estudantes de dez equipes.
papel está sendo cumprido”, afirma Ronaldo Bianchini,
engenheiro mecânico pós-graduado em motores de com-
bustão interna e em publicidade e marketing. Convidado a
ingressar na SAE BRASIL em 1997, atualmente Bianchini FOTOS DIVULGAÇÃO
atua como gerente-geral da entidade.
Bianchini conta que essas competições ajudam a formar
profissionais que se tornam requisitados pelas indústrias
no Brasil e em outros países. Os estudantes e a indústria
não são os únicos beneficiados. As instituições de ensino
participantes também ganham, pois os professores atuam
na coordenação das equipes que as representam, aplicando
na prática a teoria ensinada em sala de aula. Há também
ganho de imagem para faculdades e universidades.
O engenheiro mecânico aeronáutico Murakami Mas-
sani, diretor de Desenvolvimento na Volvo, participou da
primeira competição Baja SAE como aluno da USP de
São Carlos. Ele explica que as competições têm um caráter
multidisciplinar, pois exigem que os alunos se envolvam em
outras áreas além da engenharia. “As tecnologias e novos
modelos de negócios exigem outras habilidades porque o
eixo muda constantemente. Vejo as competições estudan-
tis da SAE BRASIL como atividades que permitem esse
passeio em diferentes áreas. Não de forma tão ampla como
acontece no mercado, talvez de forma mais delimitada, mas
já exigem”, afirma.
Ele próprio é exemplo do quanto a participação em al-
guma competição da SAE BRASIL pode contribuir com
o crescimento profissional. Depois de ter atuado por algum
tempo na engenharia em si, Massani começou a direcionar
sua carreira para a área comercial. Pouco tempo depois de O AeroDesign é dividido em três categorias: Regular, a primeira
ter entrado na Volvo, onde está há 20 anos, o engenheiro delas, iniciada em 1999, a Avançada, introduzida em 2003, e a
Micro, composta por aviões bem pequenos
teve uma experiência totalmente conectada ao Baja. “Eu
era gerente de produtos da linha de escavadeiras. O pre-
sidente global de Produto Escavadeiras visitou o Brasil e
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