Page 8 - Revista EAA - Edição 97
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PROGRAMAS ESTUDANTIS
O Baja é um pequeno veículo off-road monoposto, feito loto deu ré e bateu na roda de trás do meu carro, que voou
com estrutura tubular em aço. É equipado com quatro ou uns cinco metros e capotou. Viraram o carro e continuei a
mais rodas e motor de 10 cv padronizado para todos os com- andar até retornar ao meu ritmo normal”, relata Massami.
petidores. Tem capacidade para abrigar um piloto de até 1,90 O acidente, porém, não é a única história a marcar a
m e 113,4 kg de peso. As equipes são responsáveis pelo de- participação da equipe brasileira na competição. Ao viajar
senvolvimento dos sistemas de suspensão, transmissão, freios para os Estados Unidos, embalaram o Baja em uma caixa
e os próprios chassis. Não se trata de uma corrida. As provas maior do que o veículo. Desceram no aeroporto de Miami,
têm várias etapas e o objetivo é avaliar os projetos e a resis- de onde pegariam outro voo até o Estado de Ohio, mas a
tência dos carros, que devem concluir o percurso sem avarias. caixa não cabia no compartimento de carga do avião, que
No Brasil, o primeiro Baja aconteceu em 1995, na pista era pequeno por ser regional. “Tivemos de alugar um cami-
Guido Caloi, no bairro do Ibirapuera, em São Paulo, depois nhão e viajar mais de 2 mil quilômetros para conseguirmos
de um longo tempo de preparação e planejamento. Nos participar da competição. Dirigimos por cerca de 22h. Foi
dois anos anteriores, professores brasileiros foram até os um grande aprendizado, tanto de logística quanto de reso-
Estados Unidos para entender como era o funcionamento e lução de problemas”, recorda.
as regras, e um estudante norte-americano veio para o Bra- O Baja SAE conta ainda com três competições regio-
sil auxiliar na construção dos primeiros mini-Bajas. Parti- nais chamadas Etapa Sul, Etapa Sudeste e Etapa Nordeste,
ciparam oito equipes de sete escolas, reunindo 120 alunos. que são eventos fundamentais na preparação das equipes
Uma dessas equipes era a formada pelo então estudante para a competição nacional, sendo realizadas a mais de 20
da USP de São Carlos Murakami Massani, que entrou para anos. Essas etapas regionais possuem provas dinâmicas es-
a história do evento após protagonizar um dos aconteci- pecificas que não ocorrem na competição nacional e que
mentos mais marcantes. “Logo em nossa primeira parti- servem para validar inovações e experimentos que poste-
cipação internacional representando o Brasil, o carro que riormente serão implementados na etapa nacional, como,
estava logo à frente rodou. Até consegui desviar, mas o pi- por exemplo, a prova Super Prime.
8 janeiro/fevereiro/março