Page 17 - Revista EAA - Edição 98
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Várias empresas e grupos de pesquisa estão interessados em investigar
as diferentes tecnologias dessa cadeia produtiva
máquinas e equipamentos, a incluir em seus programas tecnologia e controlar os custos para viabilizá-la. Nessa
o desenvolvimento da cadeia dos ímãs. altura do campeonato, é possível imaginar essa instala-
Parece que as etapas finais da cadeia são mais viáveis. ção como uma empresa estatal destinada a abrir cami-
O IPT e a UFSC, com apoio da Escola Politécnica da nho para um novo mercado? Há quem pense que sim.
USP, têm trabalhado nas etapas de eletrorredução do Recentemente, um evento do Instituto de Relações
neodímio, elaboração, solidificação controlada e a pul- Internacionais da USP, em 22 de junho de 2023, in-
verização da liga e a fabricação do ímã. A gestão 2014- cluiu as terras-raras em sua discussão sobre o papel da
2018 do governo de MG investiu num Laboratório-Fá- inovação na América Latina, quando se destacaram as
brica de ímãs de terras-raras (Labfab ITR), concebido limitações de escala que dificultam a construção da ca-
para produzir até cem toneladas anuais e contando com deia produtiva dos ímãs por aqui e a necessidade de uma
importante apoio tecnológico da UFSC e do IPT. A ação organizada para aumentar a agregação de valor nas
pandemia atrapalhou a conclusão das instalações e o etapas baseadas nas matérias-primas da região. n
novo governo mineiro tem a intenção de privatizá-lo. É
difícil imaginar investidores que assumiriam uma plan-
ta fabril não completamente instalada, mas é possível.
Pode ser difícil imaginar uma fábrica de ímãs baseada * Fernando J.G. Landgraf é professor titular da Escola
na importação de neodímio, ou mesmo de óxido de neo- Politécnica da USP, Coordenador do INCT Ímãs de Terras-raras
dímio, da China, mas só assim poderíamos dominar a e Ex-presidente do IPT (2012-2018).
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