Page 37 - Revista EAA - Edição 91
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No entanto, são levantadas preocupações de que o Bra-  Vale ressaltar a escolha  do Brasil como campeão da
           sil, ao não seguir os modelos de outros países por meio do   transição energética no âmbito do diálogo de alto nível
           banimento de veículos a combustão e substituição integral   das Nações Unidas sobre energia. Nessa linha, foram sub-
           da frota por veículos puramente elétricos, que desconside-  metidos dois compromissos voluntários (energy compacts):
           ram outras formas de eletrificação como híbridos e célula a   um de biocombustíveis de redução da intensidade média
           combustível, fique isolado do resto do mundo, dado que a   de carbono da matriz de combustíveis em 10% até 2030 e
           indústria automotiva é global.                      outro do Programa Nacional do Hidrogênio.
             Nesse sentido, não existe uma única solução aplicável   Na mesma direção, o governo federal lançou o Programa
           a todos os países, e a maior parte dos estudos, inclusive da   Combustível do Futuro, para propor medidas de integração
           Agência Internacional de Energia, demonstra a necessida-  para as diferentes iniciativas existentes que atuam tanto no
           de de múltiplas estratégias para se atingirem as metas de   setor automotivo quanto no de combustíveis, bem como per-
           descarbonização e de que cada país deve levar em consi-  mear em todos os programas o conceito de análise de ciclo
           deração as suas particularidades, o que torna sem sentido a   de vida completo do poço à roda. Dentre as políticas, des-
           escolha de uma única rota tecnológica a priori.     tacam-se a Política Nacional de Biocombustíveis (Renova-
             Além da estratégia nacional, o Brasil procura liderar   Bio), o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel
           internacionalmente o debate sobre mobilidade sustentável,   (PNPB), o Programa de Controle da Poluição do Ar por
           tendo obtido resultados como a antecipação pela Índia do   Veículos Automotores (Proconve), o Programa Rota 2030,
           cronograma de adição de 20% de etanol à gasolina a partir   o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE Vei-
           de 2023 e a decisão da Suécia e do Reino Unido de permitir   cular) e o Programa Nacional da Racionalização do Uso dos
           a adição de até 10% de etanol à gasolina.           Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet).















































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