Page 8 - Revista EAA - Edição 101
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BIOCOMBUSTÍVEIS
É essencial que todos os governos
promovam uma estratégia de transição
energética para o desenvolvimento do
setor do transporte
O fio condutor dessa impressionante conquista é o Pro-
grama Padrão de Combustível de Baixo Carbono (LCFS,
sigla em inglês para Low Carbon Fuel Standard) da Cali-
fórnia, política pública que foi uma inspiração para a nossa
Política Nacional de Bicombustíveis (RenovaBio), que visa Usina de biodiesel de Marialva,
ampliar no Brasil a produção e o uso de biocombustíveis na localizada no norte do Paraná
matriz energética brasileira.
A intensidade de carbono para o programa LCFS é
medida através da análise do ciclo de vida de um combus-
tível, que inclui todas as etapas, desde a extração, trans-
porte, produção e até o consumo. O LCFS ajudou a subs-
tituir quase 7,4 bilhões de litros de diesel em 2022 por
uma combinação de combustíveis mais limpos, incluindo
diesel renovável, biodiesel, eletricidade e hidrogênio. Des-
de o início, o programa ajudou a substituir mais de 31,8
bilhões de litros de diesel.
Hoje, no Brasil, o cenário para os biocombustíveis é
muito promissor. Meu blog “Biocombustível Avançado”
(http://biocombustivelavancado.com.br/) está comple-
tando quatro anos e em seus mais de 80 artigos registrei
uma passagem importante da história da evolução dos bio-
combustíveis no Brasil no período. Se lá atrás o tema dos
veículos elétricos parecia uma panaceia para todos as ques-
tões de descarbonização, reconhecemos hoje nos principais
eventos internacionais que o biodiesel, o diesel verde e o
SAF ganharam protagonismo como uma combinação de
rotas tecnológicas capaz de permitir a governos e empresas
cumprirem suas metas de descarbonização no curto prazo e É importante que o Brasil possa ocupar um papel global
sem grandes investimentos em mudança de infraestrutura de liderança da produção de biocombustíveis
de abastecimento.
8 janeiro/fevereiro/março