Page 34 - Revista EAA - Edição 102
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PORTOS DO FUTURO
FOTOS: ISTOCKPHOTOS
hídricas, além de vendavais, sendo necessária a atuação mais centemente, a companhia vem construindo embarcações com
frequente de rebocadores para conterem as embarcações tecnologia inovadora do casco, utilizando quilhas duplas, que
maiores. Pequenos em tamanho, os rebocadores são muito permitem uma economia de até 14% de combustível, reduzin-
potentes, já que precisam manobrar navios que, atualmente, do na mesma proporção as emissões de GEE. Até o final de
podem alcançar quase 400 m de comprimento e 60 m de 2024, serão seis embarcações da mesma classe.
largura, e ultrapassar 150 mil toneladas de arqueação bruta. Destaca-se também a intensificação no uso de energia
Requerem extrema confiabilidade e prontidão operacionais, de terra enquanto os rebocadores estão atracados aguar-
valendo-se atualmente de tecnologias consolidadas, tendo na dando manobra. Atualmente, mais de 70% da frota da
propulsão principal pares de motores a diesel que alcançam companhia já tem acesso à energia elétrica para suprir os
potências superiores a 2.000 kW cada um, capazes de operar sistemas básicos que continuam ativos enquanto a embar-
por longos períodos sem necessidade de reabastecimento. cação não está em operação, com potencial de redução de
A Wilson Sons, maior operadora de logística marítima e até 20% das emissões totais de GEE.
portuária do mercado brasileiro, possui também a maior fro- A companhia também vem analisando e testando tecno-
ta de rebocadores, com mais de 80 embarcações, e vem inves- logias para continuar aumentando a eficiência energética da
tindo em tecnologia e inovação para mitigar suas emissões execução dos seus serviços, bem como buscar alternativas para
de carbono. Algumas iniciativas merecem destaque, como a utilizar em sua matriz cada vez mais fontes renováveis, como
utilização de uma Central de Operações (COR) que coor- biocombustíveis e configurações híbridas de motorização.
dena e monitora as atividades de toda frota em tempo real,
permitindo que deslocamentos, velocidade e fluxo de mano- Biodiesel Fame
bras sejam cuidadosamente avaliados, otimizando o uso das O biodiesel éster metílico e ácido graxo (Fame, na sigla em
embarcações; eficiência no planejamento e programação do inglês) é produzido no Brasil a partir de biomassa, principal-
deslocamento das embarcações são uma realidade, possibili- mente de soja. O biodiesel Fame brasileiro tem uma baixa
tando navegação em velocidades menores e/ou rotações mais emissão de gases de efeito estufa considerando-se todo o ci-
constantes, a partir das análises feitas na COR. clo de vida – “do poço à roda” (em média há uma redução de
Outro exemplo é o dimensionamento adequado do núme- 74% nas emissões do biodiesel Fame na comparação com o
ro de rebocadores a cada manobra: Com a frota mais moderna diesel fóssil, de acordo com estudo publicado pela Empresa
e potente da atualidade, no Brasil, os rebocadores da Wilson de Pesquisa Energética (EPE). Amplamente aplicado em
Sons permitem a realização de manobras de navios de grande equipamentos rodoviários, a mistura ao diesel fóssil é obri-
tonelagem de forma mais eficiente, reduzindo o uso total de gatória desde 2008 e atualmente a proporção está em 14% de
energia pelo uso de menos embarcações no processo. Mais re- biodiesel. A oferta regular, abrangente e abundante do com-
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