Page 54 - Revista EAA - Edição 102
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PORTOS DO FUTUROTOS DO FUTURO
          POR








































          As novas

          tecnologias,                                       Q      uando entrei para a estiva na década de 1980 como

                                                                    “carteirinha”, adjetivo utilizado para se referir aos
          a automação                                        realidade era bem diferente da atual. O próprio sindicato fazia
                                                                    atuais trabalhadores portuários avulsos cadastrados, a
          e as relações                                      a gestão da mão de obra, e em meio a toda a carga de trabalho,
                                                             o governador do Estado da época, Gerson Camata, anunciava
          de trabalho                                        a circulação de cerca de um milhão de sacas de café no ano

                                                             nos nossos portos. A perguntava que permeava a cabeça da
          nos portos                                         categoria era: como os estivadores aguentarão embarcar tantas
                                                             sacas de café? Naquele tempo, todas as sacas de café passavam
                                                             pelas mãos dos estivadores que trabalhavam dia e noite para
          A movimentação de carga nos                        conseguir embarcar toda essa produção, fazendo na prática a
          portos evoluiu cerca de dez vezes e a              economia do Estado girar.
          produtividade cresceu, porém houve                    Pouco tempo depois, não se via nenhuma saca de café sen-
          redução das equipes de trabalho e                  do embarcada nos portos capixabas pelas mãos dos trabalha-
          dificuldades de adaptação da força                 dores. O foco era a utilização de contêineres, fazendo com que
          humana para tal                                    as equipes fossem reduzidas de 20 para 12 homens. A força
                                                             braçal resistia ao mínimo, sendo substancialmente substituída
                                                             pela operação de guindastes e demais especializações.
          José Adilson*                                         Não muito tempo depois, com o arrendamento dos ber-
                                                             ços na Codesa, o Terminal de Vila Velha fez investimentos e
                                                             trouxe para os portos capixabas os equipamentos para a mo-
                                                             vimentação de contêineres: os  portainers. A implementação
                                                             desses equipamentos trazia consigo a redução máxima de tra-
                                                             balhadores nos porões, fazendo com que o Terminal tentasse
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