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TECNOLOGIA            CAPA





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                                                                               mais de 20 km nas ruas da cidade,” re-
                                                                               vela o coordenador. “Mas isso é muito
                                                                               pouco para garantir que o sistema seja
                                                                               100% confiável.”

                                                                               Tecnologia em campo
                                                                               Para Denis Wolf, é difícil fazer uma
                                                                               previsão de quanto o equipamento
                                                                               custará para o consumidor, mas consi-
                                                                               derando-se a produção em massa dos
                                                                               sensores e sistemas computacionais,
                                                                               é possível que o recurso de condução
                                                                               autônoma seja apenas mais um opcio-
                                                                               nal de custo médio, no futuro. Até o
           tomada de decisão do CaRINA 2  têm  Olhos eletrônicos (no sentido   momento, revela, o projeto CaRINA
           sido continuamente melhorados para  horário): câmera esférica       já recebeu o investimento total de
           que o veículo seja capaz de operar em  (vermelha) capta imagens em   aproximadamente R$ 300 mil, uti-
           ambientes e situações mais complexos,  360°. O sensor a laser (cinza),   lizados na  aquisição  do veículo, dos
           como demonstrado no teste pelas ruas  também em 360° e, embaixo dele   computadores e sensores, entre outros
           da cidade. O coordenador do projeto  (na mesma figura), uma câmera   equipamentos. O projeto CaRINA
           explica que todos os testes realizados  estéreo medem a distância dos   conta com financiamento da FAPESP
           até agora foram feitos em ambientes e  obstáculos. No para-choque   e do Conselho Nacional de Desen-
           situações controlados, sempre com um  dianteiro, outro sensor a laser   volvimento Científico e  Tecnológico
           pesquisador a bordo e velocidade limi-  (dourado) também detecta    (CNPq), por meio do Instituto Nacio-
           tada em 40 km/h dentro do Campus.   objetos. Sensor do GPS (laranja),   nal de Ciência e Tecnologia em Siste-
             Wolf também afirma que, ao de-  associado a uma unidade inercial,   mas Embarcados (INCT-SEC).
           tectar obstáculos, como buracos ou  estimula localização e a orientação   Para o coordenador do projeto, pra-
           lombadas, o CaRINA 2  será capaz  do veículo                        ticamente todo o sistema CaRINA 2
           de reduzir a velocidade ou mesmo de                                 pode ser replicado em outros veículos,
           desviar deles, se for o caso. O sistema                             como caminhões e tratores, sendo ne-
           também tem a capacidade de controlar a velocidade máxima de acordo com a   cessários apenas alguns poucos ajustes
           via e com a complexidade da manobra realizada. Para isso, o software é pro-  nos programas de controle. O pesqui-
           gramado com um limite de aceleração lateral máxima, o que leva o veículo a   sador aponta um enorme potencial
           diminuir a velocidade em curvas.                                    para veículos autônomos na área agrí-
             Durante os experimentos com o CaRINA 1, os pesquisadores também de-  cola, em função de os encargos traba-
           senvolveram um sistema capaz de encontrar vagas (perpendiculares e paralelas) e   lhistas representarem um custo muito
           estacionar de maneira autônoma. Esse sistema está sendo redimensionado para o   alto para as empresas e também por
           CaRINA 2, habilitando-o também a realizar essas manobras.           estar cada dia mais difícil encontrar
             Para Denis Wolf, um dos aspectos que precisam melhorar no CaRINA 2  re-  mão de obra adequada para operar as
           fere-se às ultrapassagens. “Esse é um dos principais trabalhos ainda em desenvol-  máquinas cada vez mais sofisticadas. O
           vimento pelo nosso grupo. Acreditamos que, dentro de um ou dois anos, o nosso   coordenador ainda afirma que o grupo
           veículo seja capaz de realizar ultrapassagens seguras em ambientes urbanos,” pla-  que desenvolve o CaRINA 2 já pres-
           neja o pesquisador. Para isso, diz ele, o sistema de percepção do veículo precisa ser   tou consultoria para uma empresa de
           capaz de detectar e estimar a trajetória de outros veículos em alta velocidade. Esse   máquinas agrícolas, em 2012, e que –
           é um requisito básico para realizar ultrapassagens mais complexas. Além disso, são   atualmente – trabalham em conjunto
           necessários testes exaustivos do sistema para garantir que o mesmo tem um alto   com uma grande empresa no desenvol-
           grau de confiabilidade. “Nos últimos meses, o Carina 2  percorreu mais de 200 km   vimento de tecnologia de mobilidade. n

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