Page 25 - Revista EAA - Edição 57

lização do turbocompressor é reduzir a rotação de torque máximo do motor
para regimes mais baixos, se obtendo, assim, uma resposta dinâmica mais rápi-
da, e não, necessariamente, buscar potências específicas extremamente elevadas.
“Para um dado nível de desempenho do veículo, um motor com torque mais
elevado em rotações mais baixas permite alongar as relações de marcha do cam-
bio, privilegiando-se assim o consumo de combustível e a redução da emissão
de CO2.” O representante destaca ainda que os novos turbos foram otimizados
com o aperfeiçoamento dos rotores de compressor, agora fresados; dos atua-
dores, que passam a ser elétricos e mais precisos, o que contribui para reduzir
dem funcionar com etanol hidratado, o tempo de resposta; e, por fim, o sistema de mancais qualificados para novas
sem risco na integridade mecânica. gerações de óleos lubrificantes, que possuem viscosidade mais baixa, ajudando
“As condições extremas de diluição de na economia de combustível.
etanol hidratado no óleo lubrificante A R-Flow é outra tecnologia desenvolvida pela Honeywell que deve ser in-
estão sendo atualmente investigadas tegrada aos motores turbo flexíveis e mostrada pela primeira vez durante o 11º
em diferentes motores, em condições Simpósio SAE BRASIL de Powertrain, no ano passado. De acordo com o en-
de operação específicas,” revela. Ain- genheiro Paolo Di Martino, do Centro de Pesquisas da empresa instalado em
da segundo o executivo, os turbos em
desenvolvimento pela Garrett para o
mercado brasileiro estão sendo qualifi-
cados para a gasolina com 22% a 25%
de etanol, 100% etanol e a mistura em
qualquer proporção entre eles. Em
meio às inovações, a geração NGT de
turbos flex da Garrett utiliza carcaça
de turbina de aço inox fundido e no-
vas características aerodinâmicas dos
rotores do compressor e da turbina.
“Além de mais eficientes, os novos tur-
bos possuem uma maior capacidade de
vazão (bloqueio ou choke, em inglês)”, Brno, na República Checa, a tecnolo- Sistema R-Flow, da Honeywell:
afirma Streck. gia R-Flow foi idealizada para assegu- controle mais preciso da pressão
Outro dado importante é que os rar o controle mais preciso da pressão do turbo para maior eficiência
turbos para motores flex estão sendo de superalimentação do motor, o que
desenvolvidos para funcionar com permite harmonizar eficiência tanto
valor de pressão da ordem de 1 bar em baixas quanto em altas rotações, com ganho efetivo em torque e potência.
(com 1,2 bar de mais pressão máxima Di Martino revelou que, para o Brasil, a nova tecnologia é destinada a motores a
temporária), pelo fato de o etanol su- gasolina, etanol e flex, e que já está em fase de testes em um dos motores a serem
portar pressões ligeiramente mais al- lançados no país para atender aos objetivos do programa Inovar-Auto.
tas, em função de ser menos suscetível Segundo o engenheiro, o R-Flow é constituído por dois discos – um móvel
ao fenômeno da detonação (batida de (rotor) e outro fixo (estator) –, montados próximos à flange da saída dos gases
pino). Streck ainda explica que, com da carcaça da turbina. Ambos têm orifícios axiais, dispostos ao redor do rotor da
as novas características, o NGT10 de turbina e, por intermédio da posição dos discos, controlam a pressão de super-
nova geração, com rotor de compres- alimentação. Em baixas rotações, quando as furações do rotor e do estator não
sor de 38 mm e rotor de turbina de coincidem, o sistema propicia ganho de torque, devido à melhor vedação dos ga-
34 mm, um motor 1-litro atinge mais ses. E por ser mais eficiente que um wastegate (válvula de alívio) tradicional, em
facilmente potências acima de 120 cv. altas rotações possibilita aumento de potência ao motor. Por essas vantagens, de
Entretanto, ele ressalva que um acordo com a fábrica, ele funciona como um sistema de geometria variável, com
dos principais objetivos atuais na uti- eficiência em qualquer regime de rotação do motor. n

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