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ESTUDANTIL CAPA
41,2 segundos. E foi aqui que a lama pegou! Um dos obstáculos contava com uma Com esse resultado, os times da
rampa íngreme instalada logo após uma poça dágua. Os pneus molhavam-se e o UFMG, UFPE e FEI poderão re-
veículo precisava vencer a rampa nessa condição. O desenho dos pneus e a habili- presentar o Brasil na Competição
dade do piloto faziam a diferença e, este ano, a característica “tração”, do nome da Baja SAE Maryland, na cidade de
prova, foi determinante para os vencedores. Baltimore, nos Estados Unidos, de 7
A surpresa das provas dinâmicas foi a “Oldschool”. O termo foi cunhado para a 10 de maio de 2015.
relembrar a prova do passado nas competições Baja SAE BRASIL – Petrobras,
conhecida como slalom ou prova de Manobrabilidade. A avaliação foi introduzida Outras premiações:
com o objetivo de recuperar característica dita como de “baixo desempenho” nos Univates, do Centro Universitário
Baja modernos Univates (RS): melhor equipe novata
A organização detectou a queda na habilidade dos pilotos nas curvas de pe- Ali Babaja, da Universidade Federal do
queno raio como as da prova de slalom. Essas situações requerem que a traseira Rio de Janeiro (UFRJ): equipe de Melhor
do veículo seja “arremessada” na curva, atitude que só o piloto pode providenciar. Espírito Esportivo (colaboradora com
O piloto da equipe vencedora, a Car-Kará, da Universidade Federal do Rio outras equipes).
Grande do Norte, fez a prova com maestria cruzando o percurso sem penalida- Faesa, Faculdades Integradas Espírito-
des em 40,4 segundos. Times menos eficientes chegaram a fazer tempos quatro Santenses: pelo Melhor Espírito de Equipe
vezes maiores no mesmo percurso. Mais Baja Tchê, Universidade Federal
No domingo, dia do Enduro de Resistência, São Pedro manteve torneiras de Passo Fundo (UFPF): Melhor Equipe
abertas. O caminhão pipa, necessário todos os anos, foi dispensado. Dada a lar- 5S (maior organização e disciplina)
gada, 61 veículos e seus pilotos, juízes e comissários, literalmente “chafurdaram FEI Baja: Volta Mais Rápida no Enduro
na lama”. Pilotos aceleravam os carros, que patinavam o tempo todo e derrapa- Mangue Baja 1 (UFPE): Melhor Equipe
vam enquanto os comissários mergulhavam na água para desencalhar os Bajas. da região Nordeste
A torcida incentivava animada, mesmo sob a garoa que caiu durante todo o Piratas do Cerrado, Universidade
tempo. Ao invés de consertar os veículos, o maior trabalho das equipes de box de Brasília (UNB): Melhor Equipe do
era limpar a viseira dos pilotos. Centro-Oeste
O time da UFMG chegou, mais uma vez, à frente e viu a bandeira quadricula- Baja UFMG, Universidade Federal de
da agitada pelo presidente da SAE BRASIL. Completava-se a competição com o Minas Gerais: Melhor Equipe do Sudeste
mesmo espírito que começara, quatro dias antes, sem incidentes, colaborativa, sem Velociraptor, Universidade do Estado
má-fé, organizada e com a tolerância esperada entre as pessoas. de Santa Catarina: Melhor Equipe da
O quadro de vencedores apontava, ao final, as seguintes equipes: região Sul
1º. UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
2º. Mangue Baja 1 – UFPE - Universidade Federal de Pernambuco Bom estrategista de equipe sabe
3º. Mangue Baja 2 – UFPE - Universidade Federal de Pernambuco que é impossível obter-se o ótimo em
4º. FEI Baja 1 – Centro Universitário da FEI de São Bernardo do Campo todos os quesitos e isto foi provado
5º. Velociraptor – UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina mais uma vez. O vencedor da compe-
tição não ganhou todas as provas, mas
Equipes de várias venceu as mais importantes e foi bem
regiões do País nas outras. Não teve o infortúnio de fa-
se confrontaram lhar em nenhuma delas.
para avaliar quais Entretanto, todos ganharam, ao
que tinham menos, alguma coisa. O conhecimento
projetos melhor adquirido antes e durante a competi-
elaborados ção, a convivência com os companhei-
e carros ros de equipe e competidores, a inte-
mais eficientes ração com os juízes e a realização dos
projetistas e futuros engenheiros ao ver
o produto final em ação são experiên-
cias sem preço. ■
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