Page 55 - Revista EAA - Edição 67
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monstrar boa aderência ao metal insertado e não ter um coeficiente de expansão
                                             térmica maior do que o do metal – caso contrário, os insertos poderiam se separar
                                             de seus substratos.  A equipe comandada por Berg usa um compósito fenólico
                                             reforçado com fibra de vidro, desenvolvido pela Sumitomo, o qual preenche todos
                                             os requisitos e contém 55% de fibras e 45% de resina. Uma alternativa ainda mais
                                             leve, porém cara, é a utilização de compósito reforçado com fibra de carbono –
                                             opção que depende do objetivo da fabricante em otimizar o motor em temos de
           tipo só era possível em pequenos vo-  custo ou de peso.
           lumes e com o investimento de gran-  Os pesquisadores produziram os componentes a partir de termoplásticos
           des quantias para possibilitar sua pro-  granulados, usando um processo de moldagem por injeção, pelo qual o material
           dução manual. Ou seja, algo proibido   compósito, formado pelas fibras de vidro misturadas à resina, endurece dentro do
           para a indústria automobilística, na   molde. Os cientistas analisaram o processo por meio de simulações de computa-
           qual a fabricação de blocos de motor   dor para determinar o melhor método de injeção do material, a fim de otimizar o
           é planejada em milhões de unidades.  desempenho do produto final.
             Assim, o que os pesquisadores fi-  Segundo eles, o processo é compatível com os cenários de produção em massa
           zeram para garantir que o motor de   e os custos de manufatura são significativamente mais baixos do que o das peças
           compósito poderia ser suficientemen-  produzidas em alumínio, inclusive por eliminar numerosas operações de acaba-
           te robusto? “Primeiro, olhamos para o
           desenho do motor e identificamos as
           áreas sujeitas a altas cargas térmicas e
           mecânicas. Nesses pontos, utilizamos
           insertos de metal para reforçar a resis-
           tência ao desgaste”, explica Berg. Um
           exemplo é a parede interna do cilindro,
           dentro do qual o pistão se move para
           cima e para baixo, milhões e milhões
           de vezes durante a vida útil do motor.
           Os pesquisadores também modifica-
           ram a geometria dessas peças para as-
           segurar que o plástico fique exposto ao
           menor calor possível.

           Resina fenólica reforçada
           com fibra de vidro
           As  características  do  material  plásti-
           co também desempenham um papel
           importante.  Ele  precisa  ser  suficien-
           temente rígido, além de resistente ao
           óleo, à gasolina e ao glicol na água de
           arrefecimento. Também necessita de-




              Protótipo do motor de plástico
                 exibido em Hannover é um
                 monocilíndrico, de 650 cm³.
                Previsão é de que o conceito
               chegue ao mercado até 2020

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