Page 28 - Revista EAA - Edição 72
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INTERNACIONAL
Os desafios da indústria global
Especialistas nacionais e internacionais discutem
as soluções tecnológicas e estratégias que devem
reger a mobilidade do amanhã
indústria da mobilidade enfrenta ções da Dana, Raul Germany, concordou: mente vai mudar mais a indústria é o tópico
A desafios pertinentes a este século. “Pesquisas apontam que a África dobrará da eletrificação. E será mais rápido do que
Segundo Horst Bergmann, consultor da de tamanho e a Europa vai diminuir. Nos esperado. As baterias estão diminuindo
alemã FEV GmbH e mediador do Painel próximos sete anos as populações dos seus preços rapidamente, o que levará esse
Internacional, os obstáculos tecnológicos Bricks (incluindo Turquia e México) serão modelo de veículo para as massas”.
e de negócios de hoje são maiores que no as populações com maior capacidade de O tempo das mudanças também pre-
passado. “E o desafio não é só técnico. É compra. É preciso discutir como isso tudo cisa ser considerado, explicou o diretor de
preciso enfrentar aspectos políticos e so- impactará na mobilidade”, concluiu. Pesquisa e Desenvolvimento da Schaef-
ciais de cada região”, disse. De acordo com Pérsio Lisboa, pre- fler: “O desafio do futuro está moldando
E nesse processo de tantos desafios a sidente de operações da Navistar, esse o mercado de autopeças. E o tempo está
SAE, tanto internacional como nacional, de- crescimento em novas regiões trará boas cada vez mais curto. Antigamente um novo
sempenhará um papel fundamental. “Por oportunidades para a indústria. Mas é projeto levava dois anos para estar pronto,
volta de 2050, às mudanças na mobilidade preciso estar atento às reais necessidades hoje no máximo seis meses”.
serão maiores e cada vez mais expressi- e poder de compra de cada uma. “A ade- Esse mundo novo, mais rápido e tecno-
vas do que as vivenciadas nos últimos 100 quação do produto para cada localidade é lógico, também será mais complexo, disse
anos. Precisamos de normas mais com- essencial”, falou. Michael Friedrich, gerente da Schuh Group.
patíveis. A indústria precisa conversar de As novas oportunidades de negó- “O consumidor deseja cada vez mais ver-
maneira mais global”, disse Cuneyt L. Oge, cios mais globais também exigirão uma sões e variações. Essa tendência leva a uma
presidente da SAE International. tecnologia cada vez mais avançada. Para complexidade maior, mas que não pode se
Para Dennis Huibregtse, executivo- Gal Barak, diretor-geral da Stratasys Latin ater apenas aos custos”.
chefe de Power Systems Research USA, as America, os sistemistas precisam encontrar Mas tudo isso não significa fim dos mo-
oportunidades de crescimento em novos tecnologias que ajudem a acelerar e bara- tores a combustão, acredita o Dr. Stefan
mercados é uma realidade. “Os veículosco- tear os processos de desenvolvimento dos Pischinger, executivo-chefe da FEV GmbH.
merciais nos Estados Unidos e na Europa veículos. “Nessa perspectiva, a impressora Segundo ele, esses motores continuarão a
já compõem uma parcela produtiva in- 3D se faz mais presente. Reduz custos e traz ser a melhor opção em alguns países. “Eles
dustrial substancial. Os novos negócios se- ganhos reais de tempo”. não irão acabar porque são mais baratos. No
rão gerados em países e regiões que tem O diretor da Roland Berger LCC, Ste- entanto, o trem motriz se adequará às novas
muito a crescer ainda, como Brasil, Índia phan Kesse, também chama a atenção para exigências, o que levará às novas pesquisas e
e China”, explicou. O gerente de opera- a eletrificação dos veículos: “O que real- dese nvolvimentos”, afirmou. [CM e PL] n
28 outubro/novembro/dezembro