Page 22 - Revista EAA - Edição 96
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primeiro chassi elétrico
desenvolvido e produzido
pela Marcopolo
ELETROMOBILIDADE Carroceria Attivi com o
FOTOS DIVULGAÇÃO
Figura 5. Interações do veículo elétrico: V2H & V2G. Fonte: https://www.semanticscholar.org/paper/Integration-of-V2H%2FV2G-
Towards-Effective-Programs-Lew/56b6d7a59f3b4ec0cf3242f0480d1e72f04920b0.
operam com a cobrança por tempo, por outro as autori- 2.1.2. Produtos e serviços
dades regulatórias têm advogado pela obrigatoriedade da Os produtos e serviços foram avaliados sobre a ótica Figura 6. Escopo da Norma ISO 15118. Fonte: https://www.switch-ev.com/knowledgebase/what-is-iso-15118.
cobrança em kWh, argumentando que a última métrica é a da reconfiguração da cadeia de valor atual, em que as
mais justa ao consumidor. inovações e os novos modelos de negócio trazem no-
2.1.4. Regulação e normas
Na China, o governo central definiu tarifas mínimas e vos contornos. Uma nova cadeia permite a entrada de
máximas para a cobrança de energia por kWh, com variação novos atores e o cross selling de soluções torna-se rele- (a) Time-of-Use Tariff, em que se divide o dia em Para regulação e normas, explorou-se a integração do veí-
de acordo com os governos locais. Nessa perspectiva, não se vante. Discutiu-se que as empresas do setor elétrico, períodos e oferece uma programação de tari- culo à rede e os diversos protocolos de comunicação. Quan-
tem um padrão que possa trazer previsibilidade futura. por exemplo, podem atuar em negócios distintos da- fas para cada um deles. As tarifas diferenciadas to ao primeiro aspecto, os parâmetros que se desdobram
Ao trazer o caso brasileiro em tela, observou-se que há a quele originalmente voltado a venda de energia, bem no decorrer do dia podem encorajar os consu- do uso do V2G foram pautados, tais como controle da
cobrança por tempo e também em kWh, sendo a variação de como as montadoras podem oferecer uma jornada de midores a realizar a recarga fora do horário de corrente injetada e a mitigação de ruídos na rede. Quanto
métrica motivada por múltiplas interpretações da antiga REN experiência que traga conveniência ao cliente, com um pico; aos protocolos, discutiu-se a interação do veículo/estação e
819/18 (agora REN 1000/21) que aponta para a exploração conjunto de atributos que extrapolam o veículo em si. estação/back-end, em que se figuram, por exemplo, a norma
do serviço de recarga por atores diversos, não necessariamen- Este conjunto de perspectivas foi amplamente discuti- (b) Real Time Pricing, tarifa com valor mais próxi- ISO 15118 e os protocolos Open Charge Point Interface
te regulados. Isso acaba por impor dúvidas tributárias sobre a do durante a construção do roadmap e trouxe insumos mo ao preço instantâneo de energia, capturan- (OCPI), Open Charge Point Protocol (OCPP), Online
plausibilidade da cobrança por kWh (conceitualmente enten- para as ações estabelecidas. do os custos horários reais da geração e trans- Certificate Status Protocol (OCSP), Open Automated De-
dida como objeto dos atores regulados, tendo incidência do missão. Os consumidores são informados sobre mand Response (Open ADR), IEEE 2030.5-2018 (IEEE
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), 2.1.3. Tecnologias os preços horários com um dia ou até uma hora Standard for Smart Energy Profile Application Protocol).
em detrimento do tempo, que se expressa por um serviço pres- Quanto às tecnologias, endereçou-se diretamente o de antecedência – considera-se no escopo da
2.2. A definição da visão de futuro e ações
tado e precipita sobre si o Imposto Sobre Serviços (ISS). tema da interoperabilidade das estações de recarga e modernização do setor elétrico, mas ainda sem
Quanto ao gerenciamento da cobrança nas estações de sua criticidade na jornada do cliente, que busca uma suporte regulatório no Brasil; A discussão adensada das quatro componentes estru-
recarga, o exemplo internacional apontou a presença de experiência seamless. A interoperabilidade permite o turantes trouxe subsídios para a definição da visão de
plataformas exclusivas, controladas por empresas estatais, uso e o pagamento em qualquer estação de recarga in- (c) Vehicle to Grid (V2G), modalidade de fluxo futuro, no horizonte 2022-2032, que foi expressa pela
como os casos de Chile (EcoCarga) e de Portugal (Mo- dependentemente da existência de relacionamento com bidirecional de energia do veículo elétrico, ou seguinte sentença:
bi.E). Contudo, o caso mais comum e também presente no o operador da região em que se tem o serviço. Da mes- seja, o veículo pode injetar energia na rede –
Brasil é a presença de plataformas em determinadas regiões, ma forma, discutiram-se os diversos aspectos do smart front of the meter;
sem o papel de um ente nacional. charging, que se apresenta como uma técnica de ges- “Infraestrutura de recarga interoperável, inteligente,
Transbordando a monetização pelo serviço de recarga tão de recarga que traz consigo regras preestabelecidas, (d) Vehicle-to-Home/Vehicle-to-Building (V2H/ integrada e sustentável para os modais da mobilidade
em si, apontaram-se outras gerações de receita pela presen- com o limite da potência disponível para a recarga atre- V2B), modalidade em que se expressa o fluxo elétrica, com segurança e transparência legislativa,
ça da estação de recarga em determinados locais, pois elas lado ao limite de demanda contratada, como nos casos bidirecional de energia do veículo, nesse caso normativa e regulatória, garantindo uma cadeia de
valor competitiva que oferece produtos e prestando
naturalmente são elementos de atração e retenção de clien- dos consumidores de energia Grupo A. Estiveram no com uso da energia injetada para a residência
serviços inovadores ao novo consumidor.”
tes que promovem potencialmente o aumento do tíquete debate das sessões do roadmap as estratégias de tarifas ou estabelecimentos – behind the meter;
médio de consumo. e integração, tais como:
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