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Imagem: “Power to X” – AHK Rio H2 Sector Maping Brasil



               ense em qualquer combustível e o hidrogênio está nele.   ternacional, e os maiores projetos do mundo foram lança-
               O H2 é o elemento mais abundante de todo o uni-  dos na Arábia Saudita (4 GW) e em Omã (25 GW).
          Pverso e o quarto no planeta Terra. Embora aqui não    A referência internacional para a competitividade do H
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           seja encontrado em sua forma mais pura, e sim na forma   verde é 2,0 dólares americanos (USD) por quilo, e a Bloom-
           combinada, ele pode ser extraído de diversas fontes. Dentre   berg NEF 2020 prevê que ele   deve se tornar mais barato que
           as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de   o H  cinza na maior parte do mundo (de US$ 0,8 a 1,6 por
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           produção de H , em sua maioria renovável. Como mostra o   quilo) até 2050, e que o Brasil será o país mais competitivo,
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           mapa da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), de   seguido do Chile e Argentina. Como 70% do custo do H
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           norte a sul, de leste a oeste, temos sol, vento, água, biomassa,   verde é o custo da eletricidade renovável, o Brasil conta com
           energia geotérmica, energia dos oceanos, hidrogênio natural   importantes fatores que contribuem para sua competitivida-
           em quatro estados (Ceará, Roraima, Tocantins e Minas Ge-  de, como: matriz elétrica 83,7% renovável, mercado livre de
           rais), biocombustíveis e ainda vários tipos de resíduos.  eletricidade, abundância de recursos e fontes, incentivos e po-
             O mais recente relatório do Painel Intergovernamental   líticas para energia renovável e biocombustíveis. Além disso, a
           sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostra que o mundo   complementaridade diária solar e eólica é condição ideal para
           provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento   redução de custos de manutenção e aumento de eficiência na
           nas próximas duas décadas e 90 países estão comprome-  operação  de eletrolisadores. Outros fatores importantes no
           tidos com as metas de zero emissões até 2050. O H  vem   País, principalmente no Nordeste, são a alta taxa de irradiação
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           sendo considerado o pilar da descarbonização, e desde fe-  solar e o fator de capacidade eólico, superiores a muitas re-
           vereiro deste ano foram anunciados 131 projetos de gran-  giões no mundo. Adicionalmente, a produção de H  pode ser
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           de escala, em um total de 359 projetos e investimentos de   feita através de biomassa (processo de gaseificação), de etanol
           cerca de US$ 500 bilhões até 2030. Mais de 30 países têm   e biogás (processos de reforma), abrindo novas oportunida-
           estratégias para o H , e a capacidade de produção de H  de   des de negócios para esses setores. O processo de gaseificação
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           baixo carbono ultrapassará 10 milhões de toneladas ao ano   permite também produzir H  através de resíduos plásticos,
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           em 2030. Até 2050 a demanda por H  verde deverá chegar   promovendo economia circular.
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           a 530 milhões de toneladas, promovendo o desenvolvimen-  A crescente demanda de H  se deve às novas aplicações,
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           to socioeconômico e do meio ambiente de regiões como a   como, por exemplo, nos setores marítimo, aviação, residencial e
           América Latina e Caribe, a África e a Austrália, e mudando   comercial, transporte pesado e setores industriais chamados de
           o cenário geoenergético atual. Os países árabes também já   “hard-to-abate”. Indústrias de alumínio, química, petroquímica,
           identificaram o potencial do H  verde como comódite in-  cimento, ferro, aço e papel necessitam de grande quantidade de
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           julho/agosto/setembro                                                                            29
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