Page 29 - Revista EAA - Edição 91
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Imagem: “Power to X” – AHK Rio H2 Sector Maping Brasil
ense em qualquer combustível e o hidrogênio está nele. ternacional, e os maiores projetos do mundo foram lança-
O H2 é o elemento mais abundante de todo o uni- dos na Arábia Saudita (4 GW) e em Omã (25 GW).
Pverso e o quarto no planeta Terra. Embora aqui não A referência internacional para a competitividade do H
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seja encontrado em sua forma mais pura, e sim na forma verde é 2,0 dólares americanos (USD) por quilo, e a Bloom-
combinada, ele pode ser extraído de diversas fontes. Dentre berg NEF 2020 prevê que ele deve se tornar mais barato que
as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de o H cinza na maior parte do mundo (de US$ 0,8 a 1,6 por
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produção de H , em sua maioria renovável. Como mostra o quilo) até 2050, e que o Brasil será o país mais competitivo,
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mapa da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2), de seguido do Chile e Argentina. Como 70% do custo do H
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norte a sul, de leste a oeste, temos sol, vento, água, biomassa, verde é o custo da eletricidade renovável, o Brasil conta com
energia geotérmica, energia dos oceanos, hidrogênio natural importantes fatores que contribuem para sua competitivida-
em quatro estados (Ceará, Roraima, Tocantins e Minas Ge- de, como: matriz elétrica 83,7% renovável, mercado livre de
rais), biocombustíveis e ainda vários tipos de resíduos. eletricidade, abundância de recursos e fontes, incentivos e po-
O mais recente relatório do Painel Intergovernamental líticas para energia renovável e biocombustíveis. Além disso, a
sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostra que o mundo complementaridade diária solar e eólica é condição ideal para
provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento redução de custos de manutenção e aumento de eficiência na
nas próximas duas décadas e 90 países estão comprome- operação de eletrolisadores. Outros fatores importantes no
tidos com as metas de zero emissões até 2050. O H vem País, principalmente no Nordeste, são a alta taxa de irradiação
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sendo considerado o pilar da descarbonização, e desde fe- solar e o fator de capacidade eólico, superiores a muitas re-
vereiro deste ano foram anunciados 131 projetos de gran- giões no mundo. Adicionalmente, a produção de H pode ser
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de escala, em um total de 359 projetos e investimentos de feita através de biomassa (processo de gaseificação), de etanol
cerca de US$ 500 bilhões até 2030. Mais de 30 países têm e biogás (processos de reforma), abrindo novas oportunida-
estratégias para o H , e a capacidade de produção de H de des de negócios para esses setores. O processo de gaseificação
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baixo carbono ultrapassará 10 milhões de toneladas ao ano permite também produzir H através de resíduos plásticos,
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em 2030. Até 2050 a demanda por H verde deverá chegar promovendo economia circular.
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a 530 milhões de toneladas, promovendo o desenvolvimen- A crescente demanda de H se deve às novas aplicações,
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to socioeconômico e do meio ambiente de regiões como a como, por exemplo, nos setores marítimo, aviação, residencial e
América Latina e Caribe, a África e a Austrália, e mudando comercial, transporte pesado e setores industriais chamados de
o cenário geoenergético atual. Os países árabes também já “hard-to-abate”. Indústrias de alumínio, química, petroquímica,
identificaram o potencial do H verde como comódite in- cimento, ferro, aço e papel necessitam de grande quantidade de
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