Page 47 - Revista EAA - Edição 57
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Trecho inicial Segundo Carlos Romão, engenhei-
terá 15 pontos ro da EMTU-SP e gestor da obra,
de embarque, a energia elétrica para o SIM será
entre estações, fornecida diretamente pela Ele-
terminais tropaulo, por meio de 4 pontos de
e áreas de alimentação, de 13,8 kW. O trecho
transferência. entre São Vicente e Santos contará
Será possível com 11 estações retificadoras, e ou-
utilizar VLT e tras três serão instaladas para o ra-
ônibus pagando mal do Valongo.
uma só tarifa Cada unidade do VLT conta com
quatro truques, sendo um truque
motor em cada extremidade do ve-
ículo e dois truques intermediários,
um motor e um sem tração. Cada
Defesa do Meio Ambiente (Gaema), Núcleo Baixada Santista, deu entrada truque motor tem dois motores in-
na Justiça com uma liminar para interromper as obras, alegando a inconformi- dependentes, instalados um em cada
dade com o trajeto previsto na licença ambiental. Os promotores argumentam eixo. Com isso, o TramLink oferece
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que no projeto original não havia a previsão dos trilhos passarem pelo canteiro aceleração de 1,2 m/s , velocida-
central da av. Francisco Glicério, e que a opção mais viável e econômica seria de média de 25 km/h e máxima de
ocupar a antiga linha da CPTM. A Prefeitura e a EMTU, porém, defendem 80 km/h, capacidade de frenagem
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que a alteração estava prevista desde a audiência pública realizada em 2009, e de 1,3 m/s (serviço) e de 1,7 m/s a
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que o trajeto pelo centro da avenida permitirá maior fluidez no trânsito – já 3 m/s (emergência com freio de via),
que um estudo apontou que o traçado pela ferrovia, hoje desativada, causaria supera rampas de até 7% e superele-
obstruções para a conversão à direita. Apesar do impasse, a EMTU-SP, outra vação de até 150 mm.
vez, manteve os prazos de entrega das obras, testes e operação. Os VLTs da Baixada Santis-
ta vão circular por vias segregadas
TramLink, o VLT nacional e urbanas, com limite de carga de
O modelo do Veículo Leve sobre Trilhos escolhido para operar na Baixada 12 t/eixo, bitola de 1.435 mm. e po-
Santista é o TramLink, da Vossloh. Os 22 VLTs já adquiridos serão fabricados dem operar em curvas com raios de
pelo consórcio entre a empresa espanhola e a brasileira T´Trans, e o contrato 100 m na via principal e de 20 m nos
prevê a transferência de tecnologia entre ambas. Os três primeiros serão feitos pátios. A Vossloh também irá for-
na Espanha e os demais em Três Rios (RJ), com índice de nacionalização necer os aparelhos de mudança de
perto de 60%. As composições serão entregues, progressivamente, entre junho via (AMV), máquinas de chave e o
deste ano e fevereiro de 2015. Segundo a fabricante, a vida útil desses VLTs é sistema de fixação modelo DFF21.
de aproximadamente 30 anos. Parte desses componentes será feita
Os TramLink são bidirecionais, com cabine de condução em ambas as no Brasil pela Vossloh Cogifer, a an-
extremidades e passagem (gangway) entre os módulos do veículo. Cada com- tiga Barros Monteiro.
posição terá sete carros em aço inoxidável, com 43,7 m de comprimento total, De acordo com a EMTU/SP, o
2,65 m de largura da caixa, altura máxima de 3,60 m (com pantógrafo em intervalo médio entre os VLTs será
repouso) e altura nominal do piso de 36 cm. Os veículos serão equipados de três minutos e meio. A empresa
com ar-condicionado, seis portas deslizantes de cada lado e terão capacidade também prevê uma redução signifi-
mínima de 400 passageiros (6 em pé/m²), com pelo menos 56 bancos, além de cativa do consumo de energia, pois,
espaços para dois cadeirantes e dois obesos. segundo seus dados, o VLT consome
O conteúdo mecânico do TramLink é formado por tração múltipla, com 62% menos do que os ônibus e 81%
freio regenerativo e sistema de armazenamento de energia. A propulsão to- menos do que os automóveis – o que
talmente elétrica, de 750 V CC, é feita por meio de captação de energia da significa uma economia de R$ 264
catenária por pantógrafo, com assistência de baterias ou supercapacitores. milhões anuais em combustível n
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