Page 48 - Revista EAA - Edição 57
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COMBUSTÍVEL
Enfrentando os O biodiesel veio para ficar. Nos Estados Unidos, a
produção do combustível derivado principalmente da
desafios técnicos soja e graxa amarela (óleo de cozinha reciclado) segue
em ritmo recorde: em 2013, foram 3,47 bilhões de li-
tros até agosto, de acordo com a Agência de Proteção
do biodiesel Ambiental (EPA) do país. Quando combinado com o
diesel “renovável” – substituto similar do diesel basea-
do no petróleo que utiliza tecnologia de processamento
diferente –, o total foi de quase 4,17 bilhões de litros.
Globalmente, a previsão de capacidade de produção
ENGENHEIROS E PESQUISADORES ESTÃO de biodiesel chegará a 67 bilhões de litros em 2015, com
TRABALHANDO PARA MITIGAR OS a capacidade de produzir o diesel renovável subindo 4,5
EFEITOS NEGATIVOS DO BIODIESEL NOS bilhões de litros, segundo a Lux Research.
COMPONENTES DO MOTOR E NOS SISTEMAS As 116 unidades de produção ativas nos EUA, duas
PÓS-TRATAMENTO delas de copropriedade do ícone da música Willie Nel-
son (que tem sua própria marca de rede de varejo), es-
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO AUTORIZADA DE “TACKLING
tão trabalhando para manter o fornecimento acima da
BIODIESEL’S TECHNICAL CHALLENGES”, MATÉRIA PUBLICADA NA
demanda. Entre 2003 e 2012, o consumo de biodie-
REVISTA AUTOMOTIVE ENGINEERING INTERNATIONAL ONLINE,
sel cresceu mais que 6.000%, de acordo com os dados
VOL. 121, N° 8, 5 DE NOVEMBRO 2013, TEXTO PATRICK PONTICEL E
TRADUÇÃO BOB SHARP compilados pela Agência de Informação de Energia
dos Estados Unidos. O relativo crescimento explosivo
foi gerado por uma combinação de normas estaduais e
federais sobre combustíveis renováveis, créditos de im-
postos federais e maior disponibilidade de automóveis
que utilizam diesel limpo. Há mais de 30 modelos à
venda, atualmente, e se prevê que mais 19 carros a die-
sel cheguem ao mercado até 2015.
Advogados do biodiesel esperam que as cidades
mais importantes imitem Nova York na recente decisão
de a frota municipal (a maior do país) ser movida exclu-
sivamente a B5 (5% biodiesel/95% diesel de petróleo)
no final de 2014, passando a B20 em 2016 durante os
meses quentes. Frotistas constataram que até misturas
menores B2 e B5 oferecem propriedades de lubricidade
iguais ou em alguns casos superiores ao diesel de enxo-
fre ultrabaixo.
Há também o potencial para biodiesel de alta qua-
lidade oferecer número de cetanas significativamente
mais alto na comparação com o diesel de petróleo,
como mostram alguns estudos. Mas a crescente popu-
laridade do biodiesel também impõe desafios aos en-
genheiros de motores e pesquisadores de combustíveis,
inclusive dirigibilidade em tempo frio (particularmen-
A Propel Fuels, de Redwood City, Califórnia, estava te com biodiesel B100), aumento de emissões de NOx
vendendo B5 e B20 por cerca de US$ 1,10 o litro e custo de produção mais alto. E por ser o B100 um
desde o começo de setembro nos seus postos solvente, ele pode ocasionar problemas em borrachas e FOTOS PATRICK PONTICEL
naquele Estado. A empresa compra o combustível outros componentes utilizados em motores mais anti-
de alguns produtores de biodiesel gos, dizem os especialistas.
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