Page 56 - Revista EAA - Edição 60
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TECNOLOGIA OGIA
TECNOL
O novo Jaguar F-Type cupê tem
a carroceria toda em alumínio
lume) poderá haver uma fase de “transição CAN ajuda a dinâmica
suave” no uso do material “em um futuro pre- De acordo com Becker, a Lotus está
visível”, particularmente no que diz respeito desenvolvendo o Controle Ativo de
às superfícies externas. Ruído (Active Noise Control, ANC),
“A transição difícil é quando for o momento que ajuda a permitir um ajuste para
de decidir fazer toda a estrutura em alumínio”, o qual o compromisso é orientado
afirmou. “Isto impõe desafios, especialmente mais para a dinâmica do veículo.
na tecnologia de uniões, o que, com o alumínio, “Isto gera forças de atuação mais al-
não sai barato. Mas acho que nossa tecnologia tas, mas o sistema ativo anula algu-
de rebitamento e colagem também se presta a mas das situações (até determinado
altos volumes. Em geral, para carrocerias, há grau de frequência), mantendo, des-
O Dr. Wolfgang Ziebart, mais diversidade de materiais sendo estuda- se modo, níveis aceitáveis de confor-
da JLR, é bastante dos. Dentro de certos limites, pode-se colar e to”, explicou.
cauteloso sobre o uso rebitar praticamente qualquer material, no que Becker acredita que, aliado aos
da fibra de carbono se refere à sua mescla. Isso nos permite sermos avanços em engenharia auxiliada
muito mais flexíveis na questão de qual ele- pela computação (CAE) e à simu-
mento usar”. lação veicular, o CAN seja um dos
Todavia, ele é muito cauteloso sobre a fibra mais importantes avanços dos últi-
de carbono: “Conseguimos resultados tão bons mos cinco anos em engenharia de
com alumínio que, em nossa opinião, o ganho adicional com o uso do carbo- carroceria e chassi.
no não se justifica”. Rollett, da Prodrive, concorda.
Aprimorar a dinâmica está também no coração da ética de projeto e tec- “Um cliente que procura dinâmica
nologia da Lotus, marca que sempre criou carros de caráter via dinâmica ex- de carro esporte pode achar uma ca-
cepcional. Matthew Becker, engenheiro-chefe de Testes e Desenvolvimento, libração desconfortavelmente dura
cita ancoragens (ou dureza nos pontos de ataque) como itens-chave de seu bem agradável em uso esportivo, sem
portfólio de projetos. saber que um compromisso extremo
“Para conseguir nossos níveis extremamente elevados de desempenho em dureza extrema / estabilidade é
dinâmico veicular, usamos buchas de suspensão bem rígidas, embora seja desnecessário”. “Realmente, os en-
crítico manter uma boa relação entre dureza radial (alta) e a torcional/ genheiros não podem deixar os con-
axial (baixa)”, explicou Becker. “Dureza alta nas ancoragens ajuda em dois sumidores terem exatamente o que
níveis: primeiro, para manter um grau de isolamento suficiente (função das pensam que querem”, insiste Rollett.
durezas da borracha e do ponto de ancoragem) e, segundo, para conservar “Casar as características de dire-
baixos os índices de ruído e transferência de vibração. Isto significa que ção com as expectativas dos clientes
para a mesma força de excitação teremos níveis mais baixos de ruído e significa atender tanto demandas
vibração dentro do carro”. subjetivas para bom toque, quanto
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