Page 28 - Revista EAA - Edição 61
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           AEROESPACIAL                                                        ção formal de Cave (Certificado de Autori-
                                                                               zação de Voo Experimental) na Anac acon-
           Controle remoto                                                     teceu em 2010, quando a Polícia Federal
                                                                               adquiriu o Heron I. Atualmente a entidade,
                                                                               junto a empresas e profissionais do setor,
                                                                               trabalha na elaboração de uma regula-
           As aeronaves não tripuladas e controladas remotamente               mentação específica para o segmento.
           ganham cada vez mais espaço e funções e poderiam, em                O documento que já passou por ajustes
                                                                               deve, em breve, entrar em fase de audi-
           um país grande como o Brasil, ajudar em diversos segmentos          ência pública. Sua provável designação é
                                                                               RBAC-E 94.
                                                                                  As autorizações de voos testes são o
              mercado dos SARP (sigla para sistema   tecnologia que ainda precisa ser desenvol-  que permitem as chamadas simulações
          O  de aeronave remotamente pilotada),   vida aqui no Brasil”.        em voo. Para o professor doutor Karl
           que já é considerável, deve crescer muito   Se descobrir tecnologias novas e fun-  Heinz Kienitz, chefe de departamento de
           nos próximos anos. Ótima notícia para os   cionais já não é tarefa fácil, o desenvolvi-  sistemas e controle, divisão de engenha-
           engenheiros e empresas que atuam ou   mento de aeronaves remotamente tripu-  ria eletrônica do ITA (Instituto Tecnológi-
           querem atuar nesse segmento, acredita   ladas ainda precisa passar pelo crivo da   co de Aeronáutica), a simulação em voo
           Rodrigo Fanton, diretor da Harpia Siste-  Anac (Agencia Nacional de Aviação Civil),   é torna possível voar uma máquina que
           mas, do Grupo Embraer.            que é quem regulamenta o setor, inclusi-  ainda virá a existir: “A simulação em voo
             Para o executivo, que participou do   ve para obtenção de licenças para testes.   é uma ferramenta de obtenção de dados
           Painel Aeroespacial, promovido pela SAE   “Nem sempre é fácil conciliar a segurança   de voo para múltiplas dinâmicas e ajuda a
           BRASIL, durante o Congresso deste ano, os   aos interesses da indústria e da academia   reduzir custos, mas precisamos de espa-
           veículos aéreos controlados remotamente   em desenvolver e testar novas aeronaves”,   ços para usar essa ferramenta com pouca
           são muito dinâmicos e podem ser usados   comentou Ailton José de Oliveira Júnior,   burocracia”, afirmou.
           para as mais diversas funções: “A mídia   especialista em regulamentação de avia-  O Painel Aeroespacial foi mediado
           destaca muito o uso militar dessas aero-  ção civil, da Anac, que também participou   pelo engenheiro de desenvolvimento de
           naves, mas esses aviões são úteis também   do evento.               novas tecnologias da Embraer, José Ricar-
           em aplicações como o monitoramento de   Oliveira contou que a primeira solicita-  do Parizi Negrão.   n
           fronteiras, por exemplo”, explicou.
             Segundo ele, os 24.345 km que o país
           tem de fronteiras, tanto terrestre quanto
           marítima, poderiam ser facilmente mo-
           nitorados por esses aviões. O controle de
           áreas de preservação da biodiversidade,                                          Prof. Dr. Karl Heinz
           inclusive oceânica, é outra das aplicações                                       Kienitz, Ailton José
           dessas máquinas, assim como a participa-                                         de Oliveira Júnior,
           ção em ações de salvamento ou controle                                           José Ricardo Parizi
           de desastres naturais.                                                           Negrão (mediador),
             Todas essas tarefas, inclusive o voo,                                          Rodrigo E. Fanton e
           são feitas graças aos sistemas de monito-                                        José Farat
           ramento da aeronave – sensores e câme-
           ras  – e, para Fanton, é justamente nessa
           área que o Brasil ainda precisa crescer: “O
           assunto é tão novo para a indústria que
           ainda não se tem nem uma nomenclatura
           definida, muitos chamam as naves de Vant
           outros de Drone. Em relação ao veículo
           aéreo, esses aviões não tripulados e con-
           trolados remotamente são como todos os
           outros, sua inovação está nos sensores, são
           eles que vão entregar ao cliente a informa-
           ção que ele necessita. E é justamente essa

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