Page 45 - Revista EAA - Edição 62
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que fornecem às ferrovias informações SD70ACe, de oito eixos e 200 toneladas, usa o motor eletrônico 710, de 16
e dados analíticos essenciais para a re- cilindros, que dispõe dessa tecnologia embarcada e atende aos atuais padrões
soluções de questões sensíveis, como de emissões do Tier 3, o programa de redução de emissões estabelecido pela
velocidade, consumo de combustível EPA (Enviromental Protection Agency), a agência de proteção ambiental dos
e utilização e produtividade dos ativos. Estados Unidos.
Apresentada na mostra Negócios nos “A utilização de uma locomotiva CA, com motor eletrônico, permite mais
Trilhos, realizada em novembro, em de 12% de redução de consumo de combustível, para usar um número bastan-
São Paulo, a nova tecnologia otimiza te conservador. Depende muito da topografia da ferrovia, do tipo de operação
o desempenho de ferrovias, por meio etc. E é, seguramente, de 80% a 85% menos poluente do que um motor de
da análise de dados e conexão entre injeção mecânica”, afirma Barros. Ainda segundo ele, por causa da qualidade
máquinas e pessoas, possibilitando que inferior do diesel nacional, que mantém o enxofre em sua composição, embora
mais locomotivas circulem na mesma em concentração cada vez menor, o padrão de emissões conseguido aqui equi-
ferrovia em velocidades maiores e com vale ao Tier 1, que vigorou na legislação americana entre 1994 e 1997. “Mas
maior eficiência. como não há um regulamento, já é muito melhor o Tier 1 do que as locomo-
tivas existentes no Brasil”, pondera. Além do biodiesel, o motor eletrônico
MDE aposta no motor eletrônico também permite o uso do gás natural e disponibiliza a interface de conexão
Também instalada em solo mineiro, a para a navegação por GPS, por exemplo, cujo sistema é definido e instalado
Electro-Motive Diesel (EMD) inau- pelas operadoras de logística.
gurou em 2012 a sua fábrica na cida- Essa mesma motorização é utilizada no modelo GT46, locomotiva espe-
de de Sete Lagoas (MG). De acordo cialmente desenvolvida para o Brasil e para países com as mesmas caracterís-
com Alexandre Barros, gerente de ticas de restrições como a bitola métrica, túneis estreitos, capacidade de peso
Desenvolvimento de Mercado da sobre os trilhos, curvas acentuadas e pontes. Derivada da GT70, a locomotiva
Progress Rail Services, as principais GT46 tem 6 eixos, peso total de 155 t e peso por eixo da ordem de 25 t, em
tecnologias voltadas para o aumento vez das 30 ou 32 t da locomotiva maior.
da eficiência energética e redução de Outra vantagem apontada pelo executivo é a possibilidade de redução da
emissões são o sistema CA com o ge- quantidade de locomotivas num trem permitida por estes novos modelos. “Se
renciamento eletrônico do motor. você está trabalhando, hoje, com cinco locomotivas antigas, você pode trabalhar
Primeiro modelo da empresa fa- com quatro ou com três, de tecnologia nova. Além da economia, isso permite
bricado aqui, a locomotiva EMD também um investimento menor e mais apurado no material rodante.” n
A GT46: locomotiva
especialmente desenvolvida
para o Brasil e para países com
as mesmas características de
restrições como a bitola métrica,
túneis estreitos, capacidade de
peso sobre os trilhos, curvas
acentuadas e pontes
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