Page 29 - Revista EAA - Edição 67
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FERROVIÁRIO soas podem confiar nas máquinas e os
trens da Linha 4 evidenciaram isso. Tem
Pelos trilhos da automação gente que viaja apertado só para poder
andar no primeiro vagão”.
Apesar de coisa antiga no transporte
de passageiros, linhas operadas de forma
Com trens e linhas monitoradas e gerenciadas automatizada no transporte de carga é
automaticamente, o transporte de passageiros e de ainda coisa nova. Rafael Batista, gerente-
-geral de eletroeletrônica e projetos es-
cargas ganha mais produtividade peciais da MRS Logística S.A., falou sobre
o CBTC – Comunication Base Train Con-
trol –, sistema implantado pela empre-
uando o assunto é mobilidade, pelo ela traz para as operações é fundamental. sa e que permite o monitoramento e o
Qmenos na teoria, todos concordam Exemplo disso, Jorge Martins Secall, controle de ferrovias de trens de carga:
que não se pode aumentar a produtivi- diretor da Estação da Luz Participações “Somos os primeiros do mundo a operar
dade de operações de transporte sem (EDLP), citou as operações do Metrô de carga de forma automatizada no Brasil, o
levar em conta a segurança. Dessa for- São Paulo, que, desde sua implantação que é um orgulho”, salientou.
ma, aumentar a capacidade produtiva já opera de forma automatizada: “A au- O sistema, implantado com sucesso
de uma linha férrea sem colocar em ris- tomação no metrô é ideia antiga, na Eu- pela empresa, permite, de forma segura,
co a vida das pessoas que operam o sis- ropa começou com a Victoria Line, em encurtar tempo e distância entre os trens
tema ou são atendidas por ele se torna- 1968, mais ou menos na mesma época que operam nas mesmas linhas. No pro-
ria uma equação complicada não fosse que o metrô foi implantado em São Pau- jeto foi preciso considerar fatores como
pela automação. lo que, naquela época, já tinha uma auto- tecnologia e sinalização. Além disso, a
Apesar de o cenário nacional para a mação parcial do sistema. Falamos agora empresa precisou implantar um centro
expansão de ferrovias não ser favorável, é em como operar o metrô com maior de operações e sistemas de bordo nos
com planos ainda aquém da demanda eficiência”. veículos. “Antes, a única informação do
existente, como apontou Jean Carlos Para Secall, os seres humanos são maquinista era a velocidade da máqui-
Pejó, representante da Asociación Lati- bons controladores, não supervisores. na; hoje, ele conta com inúmeros dados,
noamericana de Ferrocarrilles (Afaf) e E para quem ainda não se sente seguro inclusive informações de veículos à sua
consultor da JC Pejó Consultoria, que me- com a automação dos trilhos, sugeriu um frente, que permitem que ele tome uma
diou o Painel Ferroviário, a discussão em passeio na Linha Amarela do metrô de decisão mais acertada durante a opera-
torno da automação e dos benefícios que São Paulo: “A prática mostrou que as pes- ção”, explicou Batista. [CM, DS, PL e SP] n
Rafael Batista Jorge Martins Secall Jean Carlos Pejó
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