Page 24 - Revista EAA - Edição 87
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PROGRAMAS ESTUDANTIS SAE BRASIL
Os parceiros sistema de fixação dedicado à redução de vibrações e inter-
O desafio iniciou-se com a Ballard, que doou as células a com- ferências com outros sistemas do veículo (figura 4). Monitores
bustível hidrogênio, forneceu o curso, o suporte e a documen- de segurança foram definidos, e o sistema elétrico foi limitado a
tação necessários às equipes para a integração do componente 60 volts DC/30 volts AC RMS para reduzir o risco de choque
no veículo. Tivemos a adesão da Air Products Brasil, que do- elétrico. Protocolos para instalação e remoção dos cilindros, se-
ará os cilindros de hidrogênio e promoveu o curso com regras gurança para partida e parada da unidade de potência e proto-
para instalação dos cilindros nos veículos. A WEG confirmou colos a serem seguidos em caso de emergência foram requeridos
recentemente a parceria fornecendo peças e tecnologia para a das equipes. Uma lista de verificações com os itens da regra foi
bancada de testes que vai validar um conceito técnico para a definida. A regra “draft” será revisada com o aprendizado e terá
unidade de potência. um texto definitivo.
Outras empresas do ramo automobilístico já sinalizaram
o apoio com tecnologia e infraestrutura. A expectativa é de
forte adesão, uma vez que a causa ambiental é reconhecida e
apoiada por todos.
As especificações técnicas
e as regras de segurança
Os cursos de treinamento on-line potência, entre outras. O relatório deveria conter, ainda, dados De forma inédita, as regras foram escritas simultaneamente ao
Figura 3: Organismos normativos na regulamentação da mobilidade elétrica [3]
Tivemos cursos no mês de julho em sessões virtuais com pro- sobre a viabilidade de construção do veículo no prazo com fi- desenvolvimento do projeto pelas equipes. Isso porque os or-
fissionais especialistas convidados, do Brasil e do exterior. Fo- nanciamento, cronogramas etc. ganizadores tiveram que aprender a tecnologia nos cursos da-
ram oito sessões: Veículo Elétrico a Hidrogênio, “Fuel Cell”, dos. O comitê também precisou projetar seu próprio veículo,
Transformação Energética Mundial, Fontes de Hidrogênio, Aspectos gerais pois era importante para definir a localização ideal das partes
Segurança em Hidrogênio, “Fuel Cell Ballard”, Abastecimen- Os aspectos gerais deveriam avaliar a infraestrutura da univer- e especificar a performance dos veículos. O documento “draft”
to e Infraestrutura de Hidrogênio, Hidrogênio na Mobilida- sidade para o trabalho com hidrogênio e sistemas elétricos e a HYBRID H2 POWERTRAIN SPECS & SAFETY RU-
de Mundial e Tendências Internacionais na Mobilidade a H2. participação da equipe nos treinamentos. O atendimento a esses LES – SAE BRASIL & BALLARD Student H2 Challenge
Tivemos também o curso Design da Mobilidade, abordando a requisitos aumenta as chances de sucesso da equipe. 2020 foi editado e tem 56 páginas de especificações. Foi dada
escolha de cores e formas para o veículo de modo a torná-lo ênfase à instalação do cilindro definindo-se as posições aceitá-
atraente para os clientes. Design de estilo veis no veículo e regras de fixação e proteção (figura 3).
A prova de design de estilo deveria a avaliar o conceito de “sha- Materiais, tubulações, conexões, pressões de trabalho, vál-
A proposta pe design e color & trim” (design visual do veículo e cor & aca- vulas, sensores e roteamento de tubos foram especificados. Para
da primeira etapa virtual bamento) a ser proposto pela equipe com o tema “Hidrogênio célula a combustível, o cuidado foi com o fato de seu uso origi-
Esta etapa deveria selecionar as equipes que receberiam as célu- para a Mobilidade Brasileira”. nal prever somente instalações estacionárias. Foi proposto um Figura 4: fixação da célula a combustível
las a combustível e participariam das próximas etapas do desafio.
O comitê organizador
Aspectos técnicos e financeiros Com o apoio de Camilo Adas, presidente da SAE BRASIL, o Figura 3:
instalação do cilindro
A prova de aspectos técnicos e financeiros demandava das equi- comitê foi constituído por profissionais da indústria e da acade-
de hidrogênio
pes a concepção do protótipo equipado com a célula a combus- mia com conhecimento em hidrogênio e membros dos comitês (“Sidepod, extensão lateral”)
tível e o registro em um relatório de projeto. O relatório deveria Fórmula e Baja SAE com experiência nas competições estudantis.
mostrar detalhes sobre a nova unidade de potência, critérios de Além do mentor em Tecnologia e Inovação para Mobilidade com
projeto, desempenho, seleção de partes e cuidados com a se- Hidrogênio, o engenheiro Daniel Lopes, o organizador das com-
gurança, guiados por regras e especificações dadas pela SAE petições estudantis SAE BRASIL, Ronaldo Bianchini, e a cura-
BRASIL. A pontuação seria dada para evidências a serem apre- dora da BW Expo Summit Digital 2020, Mônica Saraiva Panik,
sentadas. Entre elas, o veículo deveria arrancar em rampas de juntaram-se os engenheiros Ricardo Takahira, Sidney Gonçalves,
10%, consumir 60% da potência da célula a combustível e 40% Fernando Lacerda, Wanderlei Marinho, Byron Somerville, Silvano
da bateria, e o projeto deveria respeitar o manual do produto Pozzi, Edson Basilio, Jeferson de Brito, Renato Kazuo, Aldo Fan-
Ballard, entre várias outras. telli, Ana Clara e Daniel Bueno, entre vários outros. Eles deveriam
O cumprimento das regras de segurança do hidrogênio seria planejar etapas, julgar resultados e definir especificações técnicas e
imperativo. O ponto principal pedia a simulação de desempe- de segurança para os veículos. Fizeram parte também Ronaldo Lo-
nho em uma pista de referência dada, com dados de consumo pes, organizador da prova de design de estilo, e seus colaboradores
de H2 e W·h da bateria, alcance e eficiência da unidade de Amabille Gonçalves e Carlos Bertozzi.
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