Page 25 - Revista EAA - Edição 95
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Figura 5 VLT desenvolvido no Brasil, tração diesel-hidráulica, elétrica e, futuramente, hidrogênio. Imagem Marcopolo
Metrô gregadas. O VLT atende uma demanda entre 30 mil e
O metrô é um meio de transporte especialmente destinado 70 mil passageiros por hora. O custo de implantação é
para grandes demandas, a partir de 80.000 passageiros por de US$ 10 milhões a US$ 50 milhões. Da mesma forma
hora. O custo de implantação varia entre US$ 70 milhões que o metrô, necessita de subsídios.
e US$ 200 milhões. Necessita de subsídio público na cons- O Brasil perdeu a oportunidade de fazer a transição
trução e na operação, mas é essencial nas grandes cidades. do bonde para o VLT ao retirar os trilhos dos bondes das
Apesar do subsídio, não significa que dê prejuízo. Na grandes cidades. Foi uma medida equivocada e esse retorno
verdade, é extremamente viável quando consideradas as agora é quase impossível. A implantação de VLT valoriza o
externalidades, ou seja, fora das fronteiras do negócio. Por entorno e atrai passageiros reticentes ao transporte público.
exemplo, um profissional liberal que ganhe uma hora por
dia no deslocamento vai gerar mais ganhos, que vão se re- Bus Rapid Transit [BRT]
fletir no recolhimento dos impostos, sem falar em poluição, O BRT é uma ideia muito boa nascida em Curitiba como for-
acidentes de trânsito, eliminação da necessidade de obras ma de dar vazão a grandes fluxos sem necessidade de inves-
para suportar o tráfego que existiria sem o metrô. timentos pesados. Por ter maior capacidade de aceleração e
São Paulo ainda não atingiu nem metade de suas necessi- frenagem, consegue ter intervalos menores e, assim, transportar
dades e fica atrás da Cidade do México e Santiago, capital do passageiros praticamente com a mesma capacidade do VLT.
Chile. Por que, então, não são construídos, sendo que há re- O custo de implantação é de US$ 1 milhão a US$ 8 mi-
cursos financeiros? A razão é que esses recursos entram na ru- lhões. Muitas cidades costumam usar o financiamento do BRT
brica de “verbas discricionárias” que são os valores que sobram para resolver os problemas urbanos no eixo do seu trajeto. Isso
depois das verbas de destino obrigatório. A reforma adminis- mascara o valor dos subsídios. É mais sustentável em CO que o
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trativa permitiria o uso mais racional das verbas. Uma obra do carro individual, mas são movidos a diesel. Seria uma boa medi-
metrô valoriza os imóveis no entorno e permite o adensamen- da eletrificá-los com cabos em troles ou supercapacitores.
to, que, por sua vez, reduz o custo dos serviços públicos. Infelizmente o impacto nas vizinhanças é negativo: os
imóveis perderiam valor, o ruído e a fumaça não seriam bem-
Veículo Leve sobre Trilhos [VLT] -vindos. Nem sempre toda a frota está rigorosamente regulada
O VLT é o velho bonde repaginado que pode circular e a fumaça preta acaba sendo inevitável. É possível que a ele-
nas vias públicas com os demais veículos ou em vias se- trificação torne o BRT mais palatável para a vizinhança.
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