Page 33 - Revista EAA - Edição 95
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gestão dos recursos obtidos com a arrecadação de todo o
           transporte público da região metropolitana, permitindo
           que os diversos modais sejam acessados com diferentes   FOTOS DIVULGAÇÃO
           cartões  de  transporte,  repassando  os  valores  às  empresas
           operadoras. Como a região possui três diferentes cartões de
           transporte ‒ SalvadorCard, para os ônibus municipais; Me-
           troPasse, para ônibus metropolitanos; CCR Metrô Bahia,
           para o metrô ‒ a criação da CCT permitiu que todo o sis-
           tema de transportes se tornasse interoperável.
              Ao final de 2021, a Quicko lançou um programa de be-
           nefícios aos usuários da plataforma, visando a atração e fide-
           lização de usuários ao transporte público. O programa per-
           mitia que usuários do transporte público trocassem pontos
           acumulados por créditos no cartão de transporte ou recarga
           de celular, entre outras conveniências. Esses pontos podiam
           representar até um quarto do valor de créditos no cartão de
           transporte, ao final do mês. Acreditava-se que o programa
           podia incentivar uma mudança de comportamento dos ci-
           dadãos com relação aos seus hábitos de deslocamento, dimi-
           nuindo a dependência e o interesse pelo transporte individual
           por automóvel, fomentando a ampliação e a qualificação dos
           modos de transporte público e, consequentemente, trazendo
           benefícios à sociedade e ao meio ambiente.
              Em complemento à digitalização e à inovação dos servi-
           ços de transporte, para que a experiência do deslocamento,
           por qualquer cidadão, seja plenamente qualificada, fazem-se
           necessários investimentos da PMS na infraestrutura arqui-
           tetônica da cidade, tornando-a mais responsável, acessível e
           inclusiva. Infere-se que a expansão da MaaS em Salvador
           impulsionaria investimentos em equipamentos de suporte
           à mobilidade ativa que, para além da expansão de ciclovias,
           ciclofaixas (figura 6) e bicicletários, demandam calçadas que
           respeitem o desenho universal e outros equipamentos de
           suporte ao pedestre como lixeiras, bancos, banheiros e be-
           bedouros públicos, escadas rolantes que, em complemento
           aos atuais bondinhos e elevadores (figura 7 e 8), possam ven-
           cer os desníveis acentuados entre as várias regiões da cidade,
           ofertando a todos os usuários alternativas à primeira e à últi-
           ma milha e paradas de ônibus acessíveis e com abrigos.
              Somam-se a esse contexto equipamentos essenciais à
           intermodalidade inerente à operação da MaaS, como esta-
           ções para bicicletas e patinetes compartilhados e pontos de
           recarga elétrica, entre outros.
              Com os avanços tecnológicos, esperava-se que fos-
           sem incorporados à MaaS de Salvador outros modos de
           transporte, como aqueles que operam de modo responsivo
           à demanda – Demand Responsive Transport (DRT) – e
           micro-ônibus autônomos, que poderão inclusive reduzir a
           exclusão social e o isolamento de perímetros urbanos com   Figura 7 - Plano Inclinado Gonçalves bondinho liga as
           topografia acidentada.                             Cidades Baixa e Alta

           julho/agosto/setembro                                                                            35
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