Page 57 - Revista EAA - Edição 61
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Empenho conjunto
Bom comportamento em curvas re-
quer centro de gravidade baixo e nada
melhor para isso do que um motor
de cilindros horizontais contrapostos.
O engenheiro Tada pensou logo nis-
so, mas a Toyota não tinha um motor
dessa configuração. A solução estava Interior
no mesmo país, na Subaru, reconheci- agradável e
da mundialmente pela ampla e antiga competente
aplicação desse tipo de motor na sua
linha. Foi uma solução simples, caseira
até, já que a Toyota tem participação
na Fuji Heavy Industries, que por sua
vez é a dona da Subaru. Desse negócio
surgiria um clone do GT86, o Subaru
BRZ, mesmo trem de força, porém, Motor 2-L
com definições de chassi diferentes de 200 cv é
para separar caráter aos dois. Assim, o exuberante
BRZ penderia mais para o conforto e
o GT86, para a esportividade (o BRZ A caixa de câmbio manual é Aisin de seis marchas. É nova, modelo TL70,
é comercializado nos EUA sob nome desenhada especialmente para a dupla GT86/BRZ. Foi projetada para propor-
Scion FR-S e BRZ na Europa). cionar engates secos e precisos, que se sintam na mão, que sejam degustados pelo
O motor escolhido, denominado motorista. A alavanca é montada diretamente sobre um prolongamento do câm-
D45, é um projeto novo da Subaru. bio, sem varões ou cabos. Parece que cada marcha é chupada para engatar a se-
É “quadrado”, o diâmetro dos cilin- guinte, como nos carros de corrida. Até a ré é sincronizada. A alavanca do freio de
dros é igual ao curso dos pistões – estacionamento está posicionada de modo a poder ser convenientemente usada
86 mm, coincidentemente. O CG, para induzir saída de traseira em uma entrada de curva, o drifting, esporte muito
centro de gravidade do carro, está a popular no Japão.
460 mm do solo; sendo mais baixo, O GT86 pesa 1.230 kg, o que resulta na relação peso/potência de 6,15 kg/cv.
por exemplo, que o do Porsche Cay- Acelera de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e alcança velocidade máxima de
man (480 mm), que também tem 226 km/h em sexta marcha, mas sem que o motor atinja a rotação-pico de po-
motor boxer, bem baixo. tência, pois só vai até 6.200 rpm nessa velocidade. Em compensação, roda-se
O motor D45 é estado da arte. confortavelmente em velocidades de viagem, com o motor ficando em 3.300 rpm
Quatro cilindros, aspiração atmos- a 120 km/h reais.
férica, injeção direta e no duto, du- Suspensão independente nas quatro rodas, dianteira McPherson e traseira
plo comando de válvulas acionado multibraço, com pneus 215/45R17W, estepe de mesma medida – nada de estepe
por corrente com variador de fase na temporário ou kit de reparo e bomba de ar no porta-malas –, mais os freios a dis-
admissão e no escapamento, bloco e co a disco nas quatro rodas, é tudo o que se pode querer num carro esporte, aliado
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cabeçotes de alumínio, 1.998 cm , a uma pequena distância entre o banco e o solo. Dá impressão que se senta na rua.
Desenvolve nada menos que 200 cv A tração traseira faz parte desse “pacote de diversão” ao proporcionar compor-
a 7.000 rpm – 100 cv por litro! – tamento e reações de autêntico carro esporte, com total ausência de subesterço. A
com torque de 20,9 m•kgf de 6.400 traseira fica onde se quer dependendo da aplicação de potência na curva, para isso
e 6.600 rpm, com corte de rotação a sendo possível desligar os controles de estabilidade e tração por duas teclas para
7.500 rpm. A taxa de compressão é trás da alavanca de câmbio. A direita desliga o controle de estabilidade e a esquerda,
bem alta, 12,5:1, o que exige o uso de o controle de tração, mas que desarma caso se provoque patinagem demais. Mas é
gasolina premium ou Podium, de 98 possível desligá-lo em definitivo, junto o com controle de estabilidade, pressionan-
e 102 octanas RON, respectivamente. do a tecla por mais de três segundos. O diferencial é autobloqueante tipo Torsen.
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