Page 22 - Revista EAA - Edição 64
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ÔNIBUS
do totalmente instrumentado. Nesse período de tempo, percorreu 21.000 km e nesa. Caso do grande motor elétrico
transportou 94 mil passageiros. “Desde setembro de 2014, ele passou a circular (trifásico, síncrono e de corrente alter-
normalmente pela linha. No uso diário, roda em torno de 55 km, sendo feita ape- nada), todo seu gerenciamento eletrô-
nas uma recarga rápida no terminal de Diadema, por meio de um pente especial nico, o enorme conjunto de baterias, o
acoplado à parte traseira do teto. Uma recarga de dez minutos, média do tempo sistema regenerativo de energia e até
que os motoristas descansam, e as baterias chegam a 70% da carga.” as estações de recarga. Seu reaproveita-
Segundo o técnico, as recomendações da Mitsubishi são para operar o sistema mento de energia funciona como nos
entre 40% e 70% da capacidade máxima das baterias. “Durante a noite, o ônibus carros elétricos e híbridos: a energia de
fica em carga lenta por três horas. Quando a carga está próxima dos 100%, por desacelerações e frenagens recarrega as
percorrer até 100 km sem recarga”, explica Ivan Regina. O que não deixa de ser baterias, podendo aumentar a autono-
surpreendente, diante das 30 toneladas do veículo, que atinge 80 km/h. Por restri- mia em até 33%.
ções do próprio corredor onde opera, a velocidade máxima utilizada é de 50 km/h. O conjunto de baterias de íons
O E-Bus conta com um “câmbio automático” que serve apenas para inverter de lítio trabalha com tensão de 621,6
a rotação. Ou seja, tem apenas duas marchas: para frente e ré. Essa é uma das volts. Em relação ao velho trólebus, as
vantagens do motor elétrico em relação aos de Ciclo Otto ou Diesel: uma faixa vantagens são a maior flexibilidade de
de rotação útil incomparavelmente maior, com torque praticamente constante, uso (circula em qualquer corredor de
dispensando câmbio. A tração é traseira, pelo segundo eixo, já que o ônibus arti- ônibus comum) e o menor custo de
culado tem três eixos. Existe ainda um manutenção em relação às redes de
sistema de arrefecimento das baterias e energia suspensas. A cada mês de uso,
sistemas eletroeletrônicos. o E-Bus deixa de emitir oito toneladas
Assim como demais veículos elé- A cada mês, o E-Bus deixa de de dióxido de carbono (CO ), quando
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tricos, a ressalva fica para a média de emitir oito toneladas de CO 2 . comparado a um ônibus com motor
vida útil das baterias, cinco anos. Em relação ao trólebus, tem Diesel. A ideia do pool de empresas é
Toda a mecânica e eletrônica são maior flexibilidade de uso e montar mais E-Bus para vender a em-
da Mitsubishi Heavy Industries japo- menor custo de manutenção presas privadas. ■
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