Page 39 - Revista EAA - Edição 65
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Ecureuil, chamado de AS350Z e de-
pois adotado no Dauphin (a segunda
geração) e modelos posteriores como
o H120; H130; H135; H145; H155
(terceira geração) e, mais recente-
mente, no novo H-160, comprovan-
do que é uma tecnologia válida e em
constante evolução, aumentando sua
eficiência junto aos novos projetos de
helicópteros, culminando em produ-
tos finais mais bem concebidos.
O Fenestron se caracteriza por
um conjunto “mecânico e aerodi-
nâmico” constituído basicamente
de um estabilizador horizontal, uma
barbatana caudal, uma carenagem,
o pivô do rotor, lâminas fixas e, por
fim, as lâminas móveis, rotativas.
O rotor traseiro carenado aumen-
ta a segurança de pessoas em torno
do helicóptero e também dificulta
o impacto de objetos no rotor, bem
como o contato com fios e galhos de
árvores. Outra característica é ter as
pás espaçadas desigualmente, de for-
ma a gerar menos ruído. Esse é um
quesito importante, principalmente
quando a operação é feita em cen-
tros urbanos e em baixa altitude, bem
como no caso de detecção em com- FOTO GUILHERME WILTGEN
bate. Além do mais, o Fenestron tem
uma excelente propriedade “antitor-
que”, auxiliando na estabilidade do
helicóptero no caso de problema no com menos potência, apresentando, O conjunto tem estabilizador
rotor principal e também proporcio- portanto, uma curva de rendimento horizontal, barbatana caudal,
na maior estabilidade em voo do que mais eficiente. carenagem, pivô do rotor, lâminas
um rotor exposto, diminuindo a vi- Por um lado, há um custo maior de fixas e lâminas móveis, rotativas
bração e o arrasto. Há também me- desenvolvimento e produção com esse
nor requisito de energia para produzir sistema, mais complexo e com mais lâminas, com reflexos no preço final. Por
a mesma pressão de um rotor aberto. outro lado, os benefícios do desenvolvimento dessa tecnologia têm se mostrado
As pás ou lâminas de um Fenestron, vantajosos na adoção de helicópteros com o Fenestron. Atestando a funcio-
sempre em número par, são em maior nalidade e confiabilidade do Fenestron, outros fabricantes também passaram
número (8 a 18) e menores do que a projetar helicópteros com esse sistema, notadamente nos Estados Unidos
em um rotor convencional (2 a 4 (Boeing-Sikorsky RAH-66 Comanche), no Japão (Kawasaki OH-1 Ninja) e
lâminas) e giram numa velocidade na Rússia (Kamov Ka-60), mas longe ainda com a mesma cadência, dada a larga
bem superior. Comparado a um rotor experiência adquirida por quem já vem desenvolvendo durante décadas.
de cauda convencional, o Fenestron Dentro de toda essa evolução, o desafio, agora, é viabilizar essa solução
permite alcançar igual desempenho para helicópteros de maior porte. n
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