Page 34 - Revista EAA - Edição 65

TECNOLOGIA

O novo 2.0 TFSI vem aí
Assim, de acordo com o PBE, o
Enquanto isso, em maio, durante o Simpósio de Motores de Viena, na Áustria, a Audi
revelou o seu novo motor 2.0 TFSI, que estreará na 5ª geração do A4, a ser lançada até Audi A4 1.8 TFSI registrou as médias
o final de 2015. Também com quatro cilindros em linha e os mesmos 1.984 cm³ de de 8,7 km/l (ciclo urbano) e 11,3 km/l
cilindrada do 2.0 TFSI retirado de produção, o novo dois-litros da Audi gera 190 cv de (rodoviário), enquanto o A5 Sportba-
potência (10 cv a mais) e mantém os 32,6 kgfm de torque, porém, agora, disponíveis em ck 2015 ficou com 8,5 km/l e 9,2 km/l,
uma faixa constante entre 1.450 e 4.400 rpm (mais extensa do que a do anterior, que ia na ordem. Também segundo a mesma
de 1.500 a 3.900 rpm). Conforme a marca, o nível de consumo é baixíssimo, com média
fonte, nas respectivas versões ante-
de 5,0 l/100 km, ou 20 km/l (NEDC).
Entre as principais inovações, o novo 2.0 TSFI apresenta: riores (com motor 2.0 TFSI), o A4
u redução da duração de admissão para 140° (ante 190º a 200° anteriores); Sedan obteve médias de 8,8 km/l e
u fechamento mais cedo da válvula de admissão, antes do ponto morto inferior, o que 12,4 km/l, e o A5 Sportback, 7,9 km/l
baixa a pressão média, permitindo uma elevada eficiência da taxa de compressão e 11,7 km/l, na ordem. Em ambos os
com a turboalimentação; casos, as emissões de CO 2 baixaram
u ótimo enchimento dos cilindros, devido à maior pressão de superalimentação;
u na faixa de carga parcial, uma injeção adicional acima da válvula de admissão produz para 134 g/km com o motor 1.8 TFSI,
uma eficiente formação de mistura, que é complementada pela injeção no coletor de contra os 167 g/km emitidos pelas ver-
admissão e na câmara de combustão; sões anteriores – uma redução consis-
u o sistema Audi de levantamento de válvulas (AVS), que permite um curto tempo de tente de 19,7%.
admissão em cargas parciais e um intervalo mais longo em cargas elevadas (carga Traduzindo esses dados de con-
total a 170° de ângulo do virabrequim).
Além do inovador método de combustão, o novo 2.0 TFSI, com peso de apenas sumo em porcentagens, o A4 Sedan
140 kg, incorpora as mesmas tecnologias voltadas à eficiência encontradas no 1.8 TFSI, melhorou em apenas 1,13% (0,1 km/l)
como o sistema de arrefecimento controlado eletronicamente; coletor de escapamento no ciclo urbano e 8,8% (1,1 km/l)
integrado ao cabeçote e à significativa redução do atrito, que inclui o uso do óleo no rodoviário. Já o A5 Sportback, no
lubrificante com especificação SAE 0W-20.
consumo urbano, teve um aumento
de eficiência de 7,5% (0,6 km/l), mas,
Em relação ao consumo de combustível, porém, a filial brasileira da Audi curiosamente, no rodoviário, piorou
não divulgou as médias de qualquer um dos modelos. Entretanto, tomando nos mesmos 21 pontos percentuais
como base a tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do Inme- (- 2,5 km/l) anunciados, inicialmente,
tro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), os resultados a favor de sua nova motorização.
apontaram índices bem diferentes daqueles até 21% de redução divulgados pela Todavia, é preciso levar em conta
matriz alemã. que há cerca de um ano o padrão de
Antes de mais nada, é preciso lembrar que, segundo a própria Audi, todos os medição de consumo do Inmetro so-
seus modelos importados são tropicalizados para o uso da gasolina diferente da freu uma alteração, em que os números
europeia quanto a teor de etanol. Além disso, os testes de avaliação de consumo de consumo são corrigidos em 22% no
na Alemanha seguem o método previsto pelo padrão NEDC (sigla, em inglês, ciclo urbano e 29%, no rodoviário, em
para Novo Ciclo Europeu de Condução), enquanto no Brasil os procedimen- que muito provavelmente à época da
tos são prescritos pela norma NBR 7024 da ABNT (Associação Brasileira de medição do 2.0 TFSI essa correção
Normas Técnicas). não era aplicada, daí as discrepâncias
verificadas. Essas correções, as mesmas
aplicadas pela EPA, agência de prote-
ção ambiental dos EUA, visaram apro-
ximar os consumos divulgados oficial-
mente, obtidos em laboratório (como
o NEDC), daqueles conseguidos no
mundo real. n

No Brasil o 1.8 TFSI passou a equipar
as versões 2015 dos A4 Sedan e
Avant (perua) e do A5 Sportback

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