Page 71 - Revista EAA - Edição 67
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FOTO J. PERLOP
de força de frenagem dianteira-traseira Tadau (o 6º, em pé, a
regulável pelo piloto. O Fórmula Inter partir da esq.), “Kami”
vai usar pneus Pirelli PZero 225/40 e Santos participaram
VR13 (diant.) e 265/540 VR13 (tras.), da Equipe FEI campeã
feitos no Brasil. O peso do carro é de da F-SAE em 2012 (acima).
520 kg (sem combustível). Participação deles foi essencial
Sem ter a fabricante revelada, o no projeto do F-Inter (dir.)
motor 2-litros é quatro cilindros em
linha, 16 válvulas e injeção direta de boratórios da FEI, aproveitando os conteúdos de ensaios pesquisados para o
combustível; movido a etanol, desen- projeto do Fórmula SAE.
volve potência de 193 cv e torque 21 Em relação à segurança, o MG-15 é equipado com crash box (estrutura de-
kgfm de torque máximos, ambos a formável) dianteiro e traseiro, além de extensões laterais estruturais – para evitar
6.000 rpm. O câmbio de cinco mar- que o piloto seja atingido por impacto lateral – produzidos pela Dallara Automo-
chas com seleção em “H” (em vez do bili, além do habitáculo em compósito de fibra de carbono, com extrator de banco
de quatro planejado inicialmente) e arco de segurança para a cabeça do piloto.
também é de fabricação própria. A ve-
locidade máxima projetada em Inter- Na pista
lagos é de 245 km/h. A F-Inter adota o modelo “senta-e-pilota”, no qual o piloto paga pelo aluguel do
A aerodinâmica do MG-15 foi carro e serviços da equipe. O valor da locação por prova é de R$ 13.990 – incluin-
desenhada com o mesmo software do pneus e combustível para os treinos, classificação e corrida. Adicionalmente,
CFD (Computational Fluid Dyna- a categoria vai oferecer a Academia F-Inter, com aulas de mecânica, pilotagem
mics) utilizado na F1, enquanto as e marketing, entre outras disciplinas, sob a supervisão ex-piloto de F-1 e F-Indy
asas em compósito de fibra de carbo- Roberto Pupo Moreno. A temporada terá início em janeiro de 2016, incorporada
no foram produzidas pioneiramente ao Campeonato Paulista de Automobilismo.
no Brasil por controle numérico com- Também incumbido dos testes preliminares com o F-Inter, Moreno afirma
putadorizado (CNC). Todo o projeto que o carro “nasceu bom” e reage adequadamente aos ajustes. “A estabilidade é boa
de engenharia do MG-15 foi testado, e os pneus, de compostos mais duros, são excelentes, pois não prendem demais o
validado e certificado por meio de carro. Os freios são fantásticos, não exigem muita força e passam muita seguran-
softwares de simulação como o NX ça”, relata o ex-piloto de testes da equipe Ferrari. “Já motor 2-litros é fantástico,
Siemens, Ansys e CD-Adapco. Se- tem boa potência, pegada e grande elasticidade”, entusiasma-se o “Baixo”, seu
gundo Cezar Tadau, parte dos testes apelido desde a época do kart. E comemora: “Estamos no caminho certo para
e validações foram realizados nos la- uma categoria-escola de nível universitário.” n
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