Page 13 - Revista EAA - Edição 86
P. 13

Aeronaves não convencionais com propulsão distribuída da Nasa [fonte: Nasa]


             Para romper com modelos tradicionais de aeronaves tubo
           e asa, a principal aposta é a introdução da eletrificação em
           sistemas propulsivos, que oferece graus de liberdade adicionais
           e abre um novo espaço de design dos veículos, possibilitando
           novas configurações e funcionalidades com potencial de ga-
           nhos significativos de performance, como ingestão da camada
           limite, controle direcional por tração diferencial e aumento do
           coeficiente de sustentação.
             As arquiteturas propulsivas elétricas em aviação são si-
           milares às de aplicação automobilística, dividindo-se em três
           grupos: totalmente elétrica, turboelétrica ou híbrido-elétrica.
           A definição de que configuração utilizar depende fundamen-
           talmente da otimização da eficiência global da aeronave para
           uma dada missão planejada, sendo alguns dos aspectos mais
           relevantes dessa eficiência o seu peso, consumo de energia,
           emissões, ruído, custos de desenvolvimento e operação.
             As características operacionais e de certificação aplicáveis ao
           setor aéreo são, em regra, bastante restritivas e podem resultar
           em benefícios extras para outros modais, uma vez que deman-
           dam uma evolução dos acumuladores de energia, inversores de
           frequência, componentes eletrônicos, motores e geradores.
             Como exemplo, a densidade de energia da bateria utili-
           zada no Tesla Modelo 3 é de 250 Wh/kg, aceitável para um
           automóvel atual, mas apenas 1/60 da densidade energética do
           querosene de aviação. Essa restrição demandará uma evolu-
           ção da tecnologia de baterias e, mesmo que essa evolução seja
           significativa nos próximos anos, somente veículos aéreos de
           menor porte e menor alcance usarão arquitetura totalmente
           elétrica, como é o caso dos eVTOL (electric vertical take-off and
           landing) e aeronaves da aviação geral. Essas categorias são for-  Arquiteturas propulsivas elétricas de uso aeronáutico
           tes candidatas a pioneiras para a adoção da propulsão elétrica.    [fonte: Consultoria Roland Berger – Adaptado]

           abril/maio/junho                                                                                 13
   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18