Page 32 - Revista EAA - Edição 97
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ELETROMOBILIDADEOGRAMAS ESTUDANTIS
À esquerda, Equipe UFMT AeroDesign recebendo menção honrosa na competição de 2015.
À direita, o time da Equipe BlackBird Aerodesign na competição de 2013
O retorno do servo Competidores estrangeiros
Todos os anos, as equipes enfrentam desafios enormes para que O elevado nível técnico das equipes participantes da
suas aeronaves consigam voar na competição. Muitas dessas competição SAE BRASIL Aerodesign começou a
histórias podem acabar ali, no domingo, último dia de voos em atrair equipes estrangeiras, e estas sempre constituíram
São José dos Campos, mas outras só tem seu desfecho muitos atração especial, alvo da simpatia de todos, fazendo
anos depois da última decolagem. Uma dessas é contada por amizades e promovendo a integração entre distintas
Guilherme Bruno, atual membro da Comissão Técnica e ex- culturas e países.
-participante da equipe Céu Azul, da Universidade Federal de Ao longo de duas décadas e meia, a competição re-
Santa Catarina: “Durante a competição, nosso avião não voou cebeu equipes das mais variadas origens: EUA, Canadá,
na primeira bateria e a segunda seria só no segundo dia de voos. Peru, Portugal, Polônia e Índia, sendo que as represen-
A equipe virou a noite para tentar aliviar o peso da aeronave e, tações mais constantes sempre foram as de México e
no dia seguinte, ela passou pela inspeção, fomos pra pista, afina- Venezuela.
mos o motor e estávamos na expectativa para fazer um voo de Digna de nota especial foi a participação de uma
classificação. O avião não decolou, parece que tinha soltado al- equipe da Índia, em 2009. Por exigência das autorida-
guma coisa dele. Na época o Schepop estava lá perto e, quando des aeronáuticas do aeroporto de Dubai, onde a equipe
chegamos no avião, vimos que o servo do profundor estava solto fez escala antes de tomar o voo para o Brasil, as asas de
e tinha se desmontado! Ele ficou muito bravo e na hora não sua aeronave foram serradas ao meio para que se enqua-
entendemos o que tinha acontecido, afinal era um servo bem drassem dentro dos limites dimensionais previstos para
robusto. Ele acabou sendo confiscado por questões de segurança transporte de carga.
e depois fomos descobrir que o pessoal, na tentativa de aliviar o Uma vez no Brasil e na iminência de uma participa-
peso, tirou os parafusos da estrutura do servo e as engrenagens ção frustrada, sem registro de um voo sequer, integrantes
foram todas pra pista! Isso foi em 2011, mas algum tempo de- de várias equipes se uniram na construção de um par de
pois, quando eu já estava na comissão, o Schepop estava dando asas ao longo de toda a noite de sábado, véspera do últi-
uma olhada em algumas coisas guardadas e acabou achando mo dia da competição. No domingo, sob ensurdecedor
esse servo que tinha guardado na época! Ele acabou me devol- aplauso vindo da pista e das arquibancadas, a aeronave
vendo quando nos encontramos na competição de 2019!” indiana finalmente alçou voo, para alegria de todos.
32 janeiro/fevereiro/março