Page 26 - Revista EAA - Edição 98
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TRANSIÇÃO ENERGÉTICA































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            O hidrogênio pode ser utilizado de duas formas princi-
          pais para gerar força de tração nos veículos: Ele pode ser uti-
          lizado em uma célula a combustível para gerar eletricidade e
          alimentar um trem de força elétrico, ou pode ser injetado em
          um motor de combustão interna a hidrogênio (MCI a H ).
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            Ambas as alternativas se complementam e possibilitam
          sinergias, como, por exemplo, o incentivo para desenvolvi-
          mento dos sistemas de armazenamento e da infraestrutura
          de distribuição de hidrogênio, o que atualmente é conside-
          rado um ponto vulnerável dessas tecnologias.
            Com relação à eficiência energética, ambas apresentam   Figura 2. Instalações de teste da Mahle para o desenvolvimento
          níveis semelhantes, com uma pequena vantagem para as cé-  de motores de combustão interna a hidrogênio – Stuttgart.
          lulas a combustível em cargas mais baixas. No entanto, em   Fonte: Mahle.
          condições de alta demanda de potência, surgem desafios re-
          lacionados à alta rejeição térmica desse sistema e o motor de
          combustão a hidrogênio torna-se a alternativa mais adequa-  Características do MCI a H2
          da. Além disso, a simplicidade de adaptação e o desempenho   Os sistemas de injeção indireta de hidrogênio (PFI) e igni-
          semelhante aos veículos convencionais a Diesel fazem com   ção por centelha são considerados a adaptação mais simples
          que os MCIs a H  possam ser rapidamente lançados ao mer-  para uma aplicação imediata, devido ao avançado desenvol-
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          cado com efeito imediato na descarbonização do setor.  vimento do sistema de injeção e sua integração simplificada
            Apesar dessa facilidade de implementação, o uso de H    nos motores existentes. No entanto, este conceito de motor
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          impõe novos desafios aos componentes e sistemas do mo-  apresenta limitações em relação aos valores máximos alcan-
          tor de combustão relacionados, tais como proteção contra   çáveis de potência e eficiência energética.
          fragilização por H , operação segura, redução de blow-by   O MCI a H  desenvolvido pela Mahle partiu de um
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          e controle de consumo de óleo lubrificante. Consideran-  motor Diesel 12.8 L e as modificações incluem novo Po-
          do esses desafios, a Mahle desenvolveu um centro de testes   wercell (PCU) e novos sistemas de injeção de combustível,
          de hidrogênio em sua matriz na Alemanha (figura 2) onde   ignição e ventilação ativa do cárter. As principais caracte-
          tem realizado uma série de desenvolvimentos para disponi-  rísticas do motor antes e depois da conversão são apresen-
          bilizar essa aplicação ao mercado.                 tadas na tabela 1.
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