Page 27 - Revista EAA - Edição 59
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Todas as equipes terão chassis
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           mula E é composto, em cada roda, por duplo triângulo de aço com acionamento   O Fórmula E possui transmissão
           do meio elástico e amortecedores (dois) por haste (pushrod). Na dianteira são   com câmbio sequencial de quatro mar-
           barras de torção e na traseira, molas helicoidais. O sistema de freios conta com   chas produzido pela Hewland, com
           dois circuitos hidráulicos independentes, acionados por pedal e a composição   trocas por meio de borboletas atrás do
           dos materiais de atrito é livre. Os carros serão equipados com os pneus Michelin   volante. Para baixar os custos, a caixa
           de 18” – exclusivos e desenhados para uso tanto em pista seca quanto molhada.   tem relações fixas para todos os circui-
           Cada piloto receberá três jogos para usar em seus dois carros durante toda a   tos  e  são  proibidos  sistemas  como  o
           etapa (treinos e corrida).                                          controle de tração e de telemetria.
                                                                                  Ao contrário do que muita gen-
           Tração inédita                                                      te acredita, os carros da Fórmula E
           Nesta primeira temporada da Fórmula E, o motor elétrico dos carros e seus   estão longe de serem silenciosos; de
           acessórios serão fornecidos pela McLaren Electronic Systems, os quais são   acordo com os organizadores, em
           evoluções dos componentes originais do superesportivo híbrido McLaren P1.   alta  velocidade  o  som  produzido
           Impulsionando somente as rodas traseiras, a unidade de apenas 26 kg gera   pelo monoposto será de aproximada-
           cerca de 250 cv de potência máxima, torque instantâneo de 14,2 kgfm e pode   mente 80 decibéis – maior do que a
           ultrapassar as 17.500 rpm.                                          média dos motores a combustão, em
              A alimentação é feita por um sistema recarregável de armazenagem de   torno dos 70 dB.
           energia, o RESS (sigla de Rechargeable Energy Storage System), fabricado   Nos testes em túnel de vento, o
           pela Williams Advanced Engineering, no qual supercapacitores associados a   Fórmula E apresentou a menor força
           células de bateria produzem 200 kW (273 cv). O fluxo de energia do RESS   vertical descendente (downforce) en-
           é limitado a 30 kW/h (monitorado pela FIA) e seu peso máximo não pode   tre todas as categorias de monopos-
           passar 200 kg. Todos os sistemas elétricos do Fórmula E operam acima de   tos. Com isso, embora sua velocidade
           800 volts.                                                          máxima limitada a 225 km/h ainda
             Quando o acelerador é aliviado, o motor se reverte em gerador, funcionan-  não chegue a impressionar, ele leva
           do como freio-motor e recarregador da bateria, ao mesmo tempo. A potência   apenas 2,4 segundos para acelerar
           máxima é liberada durante as sessões de treino e de classificação; nas corridas,   de zero a 100 km/h, praticamente o
           porém, seu uso estará restrito aos curtos intervalos, acessados pelo piloto por   mesmo tempo gasto pelos atuais car-
           meio do sistema push-to-pass (temporário, só para ultrapassagem).   ros da F1.                    n

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