Page 21 - Revista EAA - Edição 60
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setor de bens de capital. Esperamos a
mesma postura do novo ministro.
A participação das importações na
economia brasileira tem que diminuir.
No ano passado, os equipamentos im-
portados representaram algo em torno
de 10% das máquinas agrícolas e quase
a metade das máquinas de construção.
Esse número é preocupante porque
afeta não só a produção de equipa-
mentos, mas também toda a cadeia
produtiva. Precisamos buscar medidas
de incentivo ao investimento e ao de-
senvolvimento da indústria local.
SAE - O grupo possui marcas que
ainda não estão no Brasil. Quais as finitiva junto ao programa. E espera- frequência, prevendo uma escassez de
chances de uma dessas marcas, como mos poder usar os recursos do Inovar- fontes não renováveis, o que vai exigir
Astra, Steyr, Heuliez Bus, entre outras, -Auto nos investimentos futuros que o desenvolvimento de motores tec-
vir para o País? iremos realizar. nicamente mais eficientes. Isso tudo
Fistarol - Algumas dessas marcas cita- deve ser conseguido sem comprometer
das são regionais. Aquelas com maior SAE - Como poderá ser (ou como não o desempenho, permitindo imaginar a
potencial já têm atuação forte neste deveria ser) um Inovar-Auto para presença de componentes de alta efici-
mercado com os seus portfólios de veículos pesados, segmento em que ência, como turbinas em série, sofisti-
produtos há algumas décadas. Mas vocês atuam com a Iveco? cados sistemas de injeção de combus-
sempre estamos atentos aos movi- Fistarol - Para essa linha de caminhões, tível, entre outros.
mentos e oportunidades que surgem. a questão passa pelo Inovar-Máquinas, Por meio da FPT, nossa empresa
Como temos essas opções de marcas o programa a que me referi em respos- de motores, temos a clara visão, as-
no nosso portfólio mundial, se houver ta anterior. sim como o comprometimento, em
oportunidades para elas poderemos sermos líderes e referência nesse pro-
acioná-las dentro da política de siner- SAE - Segundo o MDIC, está em cesso. Não só implementando novas
gia da CNH Industrial. discussão uma política de eficiência tecnologias mais limpas, mas também
energética (de médio e longo assegurando o custo operacional des-
SAE - Quais as principais influências prazo) para veículos leves e pesados sas soluções no campo, com nossos
já sentidas em suas empresas (Iveco e (caminhões e ônibus), após 2017. clientes. Exemplos práticos que já es-
FTP) com a chegada do Inovar-Auto? Como isso é visto? tamos aplicando são o uso de mate-
Fistarol - O Inovar-Auto é uma me- Fistarol - Como CNH Industrial, con- riais de alta tecnologia, como ligas de
dida adotada pelo governo federal, sideramos uma estratégia extrema- alta resistência, polímeros especiais e
em vigor desde o início de 2013, para mente positiva e totalmente alinhada outros eficientes, de alto desempenho.
estimular a implantação de fábricas de com as expectativas e tendências mun- Por fim, também atuamos na otimi-
automóveis no Brasil, a produção de diais. Quando se fala em política de zação da interface e ligação entre mo-
novos modelos e os investimentos em eficiência energética, o Poder Público tor e máquinas/veículos, no sentido
eficiência enérgica e inovação tecno- tem um papel fundamental no aspec- de minimizar as perdas de energia e
lógica dos veículos. A proposta inicial to de facilitar o acesso e a democrati- aproveitá-la para o suprimento de to-
era levantar mais de R$ 50 bilhões em zação às fontes alternativas de matriz das as funções. Enfim, podemos afir-
investimentos no setor até 2015. energética (GNV, etanol, biodiesel, mar que a CNH Industrial está total-
Desde junho do ano passado, a híbridos etc.). Combustíveis alterna- mente preparada e avançando nesta
Iveco tem também a habilitação de- tivos deverão ser usados com maior nova realidade. n
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