Page 70 - Revista EAA - Edição 61
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AEROESPACIAL





           tes, podendo transportar quatro pessoas no total. Seguiu-se ao projeto, engenha-  T-Xc, ainda sem nome, tem realizado
           ria, desenvolvimento e fabricação de um protótipo com sua parte estrutural em   vários voos.
           compósito de fibra de carbono, atingindo cerca de 90% do peso, já descontando os   O avião experimental K-51, tam-
           sistemas. Muitos aviões utilizam fibra de carbono, mas não na estrutura primária.   bém projeto de Joseph Kovács, serviu
           O financiamento foi viabilizado por ser um produto de inovação.     como referência na definição da asa
             Durante muitos anos, o treinamento básico dos pilotos da Força Aérea Brasi-  (área, envergadura, perfilagem), o mes-
           leira tem sido baseado no monomotor Neiva T-25 Universal, projeto do início da   mo acontecendo para o estabilizador e
           década de 1960. Essa aeronave sempre desempenhou um importante papel nessa   o profundor, bem como para a deriva.
           função tão fundamental para os cadetes da FAB, mas ainda que a manutenção   Para a asa, os flapes e ailerons; no caso
           constante tenha prolongado sua vida útil, há o limite de tolerância da célula, bem   do estabilizador, o comando do leme
           como a obsolescência do próprio equipamento frente aos avanços da tecnologia   de profundidade e na deriva, o leme de
           aeronáutica. Ainda há dezenas de T-25 em uso aguardando a entrada de um novo   direção.  Foi  a  herança  geométrica  do
           equipamento que venha suprir as necessidades da corporação e que alie tecnologia   K-51. Para fazer um avião com melho-
           e desempenho e, ainda, reúna as características necessárias ao treinamento. É essa   res soluções nas questões de aerodinâ-
           lacuna que o T-Xc pretende preencher, concebido com uma moderna tecnologia   mica, resolveram por bem adotar estas
           envolvendo materiais compostos, aviônicos modernos e refinada aerodinâmica. E a   informações de um avião já conside-
           lacuna não é somente no setor militar, mas também no civil.         rado como bom em voo, um conceito
             A indústria aeronáutica brasileira, embora com muito sucesso em alguns seg-  aerodinâmico já comprovado, não dei-
           mentos, não desenvolveu nenhum produto novo dentro dessa categoria e nem com   xando dúvidas de que o novo avião teria
           elevado potencial comercial. O T-Xc vem ser a opção inovadora, tanto para uso   boas características.
           militar quanto civil, para treinamento primário e básico, além de aeronave leve de   A posição das empenagens vertical
           lazer e negócios. O novo avião, com trem de pouso triciclo retrátil e motor Lyco-  e horizontal em relação à asa é muito
           ming, a pistão, de 315 shp e hélice de três pás com passo variável, tem capacidade   importante. Foi concebida uma fusela-
           acrobática e  desempenho próximo  ao                                gem de dois lugares, lado a lado, com
           Embraer T-27. Não por acaso, as três                                modificações aerodinâmicas para ade-
           aeronaves, de fabricantes diferentes,                               quar à nova conformação necessária à
           têm participação de Joseph Kovács,  O painel de instrumentos        aeronave. A construção de cada avião
           húngaro  naturalizado  brasileiro,  em  do protótipo já incorpora   é diferente. No K-51 foi empregada
           seus projetos. O primeiro protótipo do  tecnologia atual            muita madeira, enquanto no  T-Xc a
                                                                               estrutura primária é em compósito de
                                                                               fibra de carbono e as posições de nervu-
                                                                               ras, longarinas e soluções de comando
                                                                               de voo, completamente diferentes. Os
                                                                               direitos autorais do K-51 foram com-
                                                                               prados pela Novaer para que algumas
                                                                               de suas soluções fossem aplicadas no
                                                                               T-Xc. Embora o T-Xc seja uma ideia
                                                                               própria da Novaer com vistas a atender
                                                                               à FAB, além do grande mercado civil,
                                                                               não houve, ainda, manifestação da cor-
                                                                               poração militar sobre o tipo de avião
                                                                               que ela quer e, no caso de seu uso es-
                                                                               pecífico, o avião terá de passar por mo-
                                                                               dificações.
                                                                                  Em uma comparação superficial,
                                                                               porém bem elucidativa, no caso do
                                                                               T-25, trata-se de um avião que tem de
                                                                               subir (com instrutor, aluno e combustí-

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