Page 71 - Revista EAA - Edição 61
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O veterano Neiva T-25
Universal, atualmente
em uso pela FAB
vel) a determinada altitude para iniciar
as manobras. Em um dado momento,
ele tem de interrompê-las porque sua
altitude diminui devido ao peso e tem
de ascender novamente para continuar
a sequência das manobras antes de en- FOTO JOÃO TILKI
cerrar o treino. O T-Xc atinge a mesma
altitude mais rapidamente, faz todas as
manobras e termina mais alto do que
começou, por ser bem mais leve. O que
vai diferir a versão civil da militar é o
peso, pois a civil terá, por exemplo, mais
dois bancos, mais material de acaba-
mento e ar–condicionado, não permi-
tindo que faça as mesmas manobras
que o treinador militar deve poder fa-
zer. E será mais caro.
Quanto às modificações, a FAB
pode solicitar, por exemplo, que em vez
da porta com abertura em “asa de gai-
vota”, o avião tenha portas ejetáveis, da torno de US$ 750 mil na versão civil. Na versão militar, ainda não se pode falar em
mesma forma que os bancos. Mesmo valor em função de especificações próprias e da escala de produção para esta versão.
a versão militar não deverá ter pontos Em uma versão civil mais simples, para uso por aeroclubes, pode ser considerado
duros sob as asas. A partir dos protó- um avião ideal para treinamento por ter manche convencional, de barra.
tipos, e dependendo das variantes de Embora o desenvolvimento do projeto do T-Xc e a construção dos protóti-
utilização que forem surgindo, serão pos sejam em São José dos Campos, a fabricação seriada será em Lajes (SC), em
feitas modificações em alguns itens uma área junto à pista de pouso do aeroporto. A fábrica está sendo concebida para
com atenção à relação custo/benefício e produzir 12 aviões por mês em plena cadência, com início de produção no pra-
desde que não haja perda de segurança zo de 24 a 30 meses, dentro do tempo necessário para certificação do avião pela
diante do desempenho desejado, para Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), pois não se pode colocar um avião no
adequar o avião aos seus vários usos, mercado antes que seja certificado. Esse primeiro protótipo é um “demonstrador
como treinamento militar, treinamento de conceito”, experimental. Permite extrair dados para aplicar no outro avião que
civil (no caso de aeroclubes) ou avia- será montado para ser certificado, o passo seguinte. Depois, um outro para ensaios
ção executiva. A cabine, inclusive, foi estáticos, de fadiga e destrutivos, com acompanhamento da Anac em todas as fases
projetada para poder ser pressurizada. já a partir do segundo protótipo, cuja montagem terá início quando for iniciado o
A pressurização se torna interessan- processo de certificação.
te porque permite voar mais alto com Esta anda em paralelo ao processo de industrialização. Nesse prazo é que a
conforto, podendo atingir 20.000 pés obra terá andamento, com as providências quanto aos equipamentos e treina-
com atmosfera de 10.000 pés, mas exi- mentos. Uma campanha de ensaios irá compor o envelope completo do avião,
ge mudar a motorização a pistão para abrangendo seu desempenho e conjunto de manobras. Espera-se que, quando
turbo ou até turbo-hélice. a fábrica de Lajes estiver concluída, o T-Xc já esteja certificado, pronto para
O preço estimado do T-Xc é em fornecimento a um grande mercado potencial. n
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