Page 51 - Revista EAA - Edição 64
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atualmente para modernização desses    Cabine do
           helicópteros do Comando de Aviação        Pantera
           do Exército Brasileiro (CAvEx), adqui-  modernizado
           ridos em 1987, capacitará as aeronaves    agrega
           a operar por pelo menos mais 25 anos   tecnologias
           com a substituição de itens antigos por   mais atuais
           sistemas mais atuais como novos glass
           cockpits, piloto automático de dois eixos;
           novos sistemas de navegação e comuni-
           cação, além de outros itens, permitindo
           um melhor desempenho. O trabalho
           também agregou novos conhecimentos
           e ferramentas à Helibras, além da pos-
           sibilidade de desenvolver parcerias com
           outras indústrias nacionais para a cria-  Os demais modelos, no caso o EC130; EC135 e EC145, chegam prontos.
           ção dos mais modernos sistemas para   Para esses, a Helibras proporciona muita personalização, pois todas as aeronaves
           essas aeronaves.                  comercializadas são customizadas por ela. Esses projetos também são submetidos
             Já no caso do Pantera, a versão K2,   à autoridade civil e devem atender às normas de segurança.
           que incorpora todas as evoluções, faz   A capacidade atual de produção anual é de 30 helicópteros leves e 15
           dele o primeiro helicóptero totalmen-  EC 725/225. Essa cadência visa atender, prioritariamente, ao mercado nacional,
           te certificado no Brasil pelo Instituto   mas podem também exportar. O uso de materiais compostos para algumas pe-
           de Fomento e Coordenação Industrial   ças e suportes tem proporcionado benefícios devido ao peso menor. A estrutu-
           (IFI) do Departamento de Ciência e   ra intermediária de EC725 é em material composto (kevlar e carbono). É uma
           Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e   questão que envolve muito estudo em função de volumes, materiais e certificação.
           representa um marco para a Helibras,   A empresa também tem acompanhado as pesquisas sobre biocombustíveis,
           pois a versão foi desenvolvida integral-  embora com o critério drop in ela não tenha envolvimento direto, e sim o fabri-
           mente no país. A primeira aeronave foi   cante dos motores. Como fabricante do helicóptero, não trabalha o desenvolvi-
           equipada com novas cablagens, novo   mento do biocombustível, mas na certificação para seu uso.
           capô do motor, novo motor Arriel
           2C2CG, com 40% a mais potência    Helicóptero brasileiro
           que o anterior, além de um novo painel   Sempre há a possibilidade de oferecer algo novo no mercado, seja para ocupar um
           glass cockpit com piloto automático de   espaço ainda aberto ou substituir um produto que esteja encerrando seu ciclo de
           quatro eixos, permitindo mais autono-  vida. A necessidade de inovação está presente. Uma empresa de tecnologia tem
           mia, maior velocidade e menor carga   de inovar, pensar adiante e oferecer possibilidades de ter um produto diferencia-
           de trabalho aos pilotos.          do. Com essa estrutura de engenharia e industrial, o grupo Airbus Helicopters
             O helicóptero também conta com   enxerga o potencial da empresa de fazer um produto que atenda a um determi-
           novos radares meteorológicos e altí-  nado nicho de mercado, integrando seu portfólio e visando o mercado mundial,
           metros, modernos rádios de navega-  já que um novo programa de helicópteros precisa de escala. O novo Centro de
           ção e de comunicação, além de um   Engenharia da Helibras, gerado pelo programa EC725 e por modernizações de
           novo rotor de cauda, aumentando   aeronaves, já mostra condições de assumir um projeto desse tipo. O ciclo de pro-
           significativamente o desempenho e   dução e manutenção já está dominado e a companhia já está se capacitando para
           a segurança. Em comparação com o   dar sustentabilidade a esse processo, tanto do ponto de vista de ferramental quan-
           modelo anterior, já foi comprovado   to de dispor de profissionais para este futuro próximo. Não é apenas uma vontade,
           um aumento de 400 kg na capacidade   mas uma ideia alinhada com novas oportunidades, daí o desenvolvimento de um
           de carga paga na operação restrita (de   helicóptero nacional. Ainda não estão definidos o perfil e porte da nova aeronave,
           3.900 kg para 4.300 kg), maior velo-  mas deverá ser versátil e capaz de atender aos diversos mercados com igual efici-
           cidade (260 km/h contra 220 km/h) e   ência, o que sempre foi a principal característica da empresa, desde que iniciou as
           alcance (660 km contra 550 km).   suas atividades no Brasil.                                      ■


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