Page 53 - Revista EAA - Edição 64
P. 53
“Made in Brazil” o final do 1º semestre de 2015. Os A céu aberto: sistema
O modelo de veículo escolhido para outros 27 serão feitos no Brasil, com APS mantém a estética
compor o VLT Carioca foi o Alstom transferência de tecnologia, na pri- dos pontos históricos
Citadis, que além do sistema APS, meira linha de produção de VLTs da
dispõe do piso 100% baixo e de acesso América Latina, inaugurada pela Alstom no início de março, em Taubaté (SP).
para cadeirantes. O projeto prevê a en- Baseada na atual unidade de geração de energia hidrelétrica do Grupo, a nova
trega e operação de 32 trens, formados estrutura de fabricação irá cobrir uma área de 16 mil m² e atenderá aos mercados
por sete módulos articulados cada um, brasileiro e latino-americano.
com comprimento total de 44 m, por “O VLT está ganhando importância como uma das soluções para os proble-
2,65 m de largura e 3,82 m de altura. A mas de mobilidade urbana nas cidades do Brasil e da América Latina. É por isso
capacidade máxima de cada composi- que a Alstom decidiu investir em uma linha de VLTs em Taubaté, que atenderá
ção é de 415 passageiros, a uma taxa de aos projetos brasileiros, além de projetos exportados para a América Latina,” afir-
ocupação de 6 pessoas/m², em pé, mais mou Michel Boccaccio, Vice-Presidente Sênior da Alstom Transport na Amé-
64 passageiros sentados, além de espa- rica Latina, durante a inauguração. A empresa informou que investiu cerca de
ço para mais dois em cadeiras de rodas. R$ 50 milhões na linha de montagem dos trens, que vão atender inicialmente o
Cada VLT é equipado com 8 por- mercado nacional. Segundo a empresa, já foram vendidos 1.726 Citadis para 43
tas por lateral e a altura do piso em re- cidades ao redor do mundo, dos quais 1.500 já estão em circulação, tendo trans-
lação ao solo é de 33 cm, nos acessos portado mais de 6 bilhões de passageiros.
externos, e de 36 cm, em todo o inte-
rior do veículo. Os trens terão ar-con- APS: energia pelo solo
dicionado, com temperatura de 24°C. O sistema APS de suprimento de energia estético é uma tecnologia desenvolvida
A distância média entre os pontos será pela Alstom, voltada ao fornecimento de energia sem catenárias para os VLTs,
de 300 m e o tempo máximo de espera possibilitando que estes trafeguem “sem fios” a qualquer distância. A composição
entre um trem e outro vai variar de 2 é alimentada por meio de um terceiro trilho, central, embutido no solo, dividido
minutos e meio a 10 minutos, de acor- eletricamente em segmentos de 10 m, com intervalos neutros de 3 m entre eles.
do com a linha. A velocidade média A energia é capturada pelo VLT por meio de duas sapatas coletoras, localiza-
das composições será de 17 km/h. das no meio da composição, através de diálogo codificado de rádio entre o veículo
Segundo a fabricante, os primeiros e o trilho dedicado. Para evitar qualquer risco para outros usuários da via (pedes-
cinco Citadis, produzidos na França, tres, ciclistas ou motociclistas), duas antenas a bordo, instaladas perto das sapatas,
deverão chegar ao Rio de Janeiro até enviam os sinais de rádio para eletrificar os segmentos do trilho apenas quando
53